NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

A crise internacional não está assustando a construção civil brasileira. Ao contrário, para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, há boas chances de o setor ser “o grande player” de 2012, com um crescimento projetado de 5,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor. 
 
Na cadeia, a expectati va é de crescimento ainda maior, entre 8,5% e 9%. “Não temos problemas de recursos, de regras e nem de modelos ou projetos. E o mercado imobiliário tem bati do recorde atrás de recorde, com uma previsão de recursos superior a R$ 110 bilhões, contando com os da poupança e do FGTS [Fundo de Garanti a do Tempo de Serviço]”, disse Paulo Simão em almoço oferecido aos jornalistas especializados, em Brasília.
 
Parte do otimismo se deve aos reflexos do Programa Minha Casa, Minha Vida no mercado de imóveis destinados às classes média e baixa, além das obras da Copa de 2014, das Olimpíadas de 2016 e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Nós somos um dos elementos da economia que ajudarão o país a não sofrer todos os efeitos negati vos da crise”, garanti u ele. 
 
Desde 2004, o setor vem registrando, de acordo com a Cbic, “incremento consistente em suas ati vidades, deixando para trás décadas de dificuldades”. 
 
Em 2010, o PIB da construção registrou desempenho recorde, com crescimento de 11,6%. “Em 2011, nosso setor cresceu 4,8%. Trata-se de um crescimento extremamente importante, apesar de menor do que o registrado no ano anterior, porque 2010 representa uma base de comparação muito elevada”, avaliou Simão. 
 
A situação pode ficar ainda melhor, caso se confi rme a expectativa de entrada de capital estrangeiro na construção civil brasileira. “Ainda virão muitos recursos do exterior, porque esses investi dores estão sem condições de investir nos outros mercados, principalmente no europeu.
 
Isso é muito bom para nosso setor. E as medidas adotadas recentemente pelo governo favorecerão ainda mais esses investi mentos [estrangeiros] em infraestrutura”, acrescentou o presidente da Cbic, ao se referir às medidas que reduziram de 6% para zero a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações de estrangeiros em tí tulos privados (debêntures) de longo prazo, com prazos de vencimento superiores a quatro anos.
 
Mas o representante das indústrias do setor não deixou de fazer críti cas severas à falta de iniciati vas para a área de saneamento. “Saneamento básico no Brasil é uma vergonha e não condiz com as pretensões de sermos a quinta maior economia do mundo. 
 
Apesar dos investimentos em saneamento nunca terem sido tão grandes e robustos, sua aplicação é prati camente zero. Não chega a 10%. Faltam projetos e planejamento estratégico que levem em conta [aspectos como a situação das] bacias hidrográficas, por exemplo. 
 
O reflexo disso pode ser visto até nas mortes das crianças. Todos sabem que esse ti po de investi mento ameniza gastos com saúde pública”.