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Estudo leva em conta dados de 2008 e 2009 da PNAD.
Pouco acesso à qualificação pode explicar concentração, diz economista.

As cidades que concentram maior população negra e parda  têm índices mais altos de desemprego do país do que aquelas com menor população negra ou parda e maior índice de população branca, aponta estudo divulgado nesta segunda-feira (7) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa é feita com base em cruzamentos estatítsicos dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, de 2008 e 2009.

Na opinião do economista responsável pelo estudo, Fernando de Holanda Barbosa Filho, a baixa qualificação dos negros e pardos, que historicamente têm menos acesso à educação no Brasil, pode explicar as constatações da pesquisa.

“A primeira coisa que vem à cabeça é a dívida social que a gente tem com os pretos e pardos, que não têm a mesma oportunidade historicamente, não se qualificam e tem menos acesso ao mercado de trabalho”, disse o pesquisador ao G1.

Segundo Barbosa Filho, a pesquisa constata que fatores como raça e cor pesam mais do que escolaridade e qualificação para explicar a concentração de desemprego em algumas regiões.

De acordo com a pesquisa, Porto Alegre apresentava a taxas de desemprego mais baixas com taxas de 7% e 6,8% respectivamente. Na capital gaúcha, No Rio Grande do Sul, os brancos são 80%, 7% são negros e 10,8% são pardos, diz o estudo.

“Pode ser preconceito, o problema é que a gente não tem dados para sustentar que seja nem que não seja. Em Porto Alegre a maior parte da população é branca, e como os  brancos participam menos do desemprego no Brasil, isso se reflete no índice”, explica.

Por outro lado, cidades com taxas de desemprego mais elevadas eram Recife, com 15,2% em 2008 e 15,9% em 2009, e Salvador, com 14,2% e 14,2%, respectivamente.

De acordo com a FGV, os dados mais recentes da PNAD, que são de 2009, apontam que, na Bahia, 30% da População Economicamente Ativa (PEA) é formada por negros e 53% por pardos.