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Nas duas últimas décadas, a desigualdade de renda cresceu em 14 de 18 países do G-20. De acordo com relatório divulgado ontem pela ONG Oxfam, as quatro nações em que o crescimento econômico veio acompanhado por uma divisão mais equitativa da renda foram Brasil, Coreia do Sul, Argentina e México.
“Se o G-20 pretende atacar a pobreza, precisa fazer mais do que promover crescimento. Precisa adotar políticas que impulsionem a renda dos pobres e os protejam da degradação ambiental”, disse Caroline Pearce, coautora do relatório “Deixados para trás pelo G20? (Desigualdade e degradação ambiental ameaçam excluir os pobres dos benefícios do crescimento econômico)”. “De maneira contrária ao mito popular, uma maré econômica ascendente não necessariamente levanta todos os barcos e pode, na verdade, afundar alguns deles.”
A Oxfam destaca o Brasil como o país em que houve a maior queda na desigualdade de renda a partir de 1990. “O desempenho do Brasil mostra como um país com alta desigualdade e comparativamente baixo crescimento pode reduzir substancialmente a pobreza por meio do enfrentamento da desigualdade. Indo além, nosso modelo indica que, se os formuladores de políticas públicas puderem intensificar seu foco na desigualdade enquanto o crescimento acelera – ou seja, na promoção de crescimento verdadeiramente inclusivo -, eles poderão virtualmente erradicar a miséria”, afirma o relatório.

Segundo a Oxfam, são cinco as políticas governamentais cruciais para diminuir a desigualdade: transferência de renda; investimentos em acesso universal à saúde e à educação; impostos progressivos; promoção dos direitos e de oportunidades para as mulheres; reforma agrária. O estudo prevê que mais de 1 milhão de pessoas na África do Sulserão empurradas à pobreza na próxima década se não forem tomadas ações preventivas.

No G-20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, os países em que a desigualdade avançou com maior velocidade são Rússia, China, Japão e África do Sul. Mesmo nações ricas como Canadá, Reino Unido e Alemanha apresentaram um aumento na distância entre milionários e pobres.

Na semana passada, o Fórum Econômico Mundial, no relatório “Riscos Globais 2012”, classificou a “severa desigualdade de renda” como a ameaça à economia mundial com maiores chances de se manifestar na próxima década. Isso, afirma o documento, “sugere que a preocupação com suas consequências está crescendo”.

Para fazer a análise, a Oxfam acompanhou a evolução do índice Gini dos países do G-20 ao longo das duas últimas décadas. Criado pelo estatístico italiano Corrado Gini, esse índice mede a desigualdade de renda de uma população. Varia de zero a 1, em que zero significa a perfeita igualdade e 1 a máxima desigualdade.