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Categoria, que faz uma paralisação nesta quinta-feira, fez uma passeata pelo centro da cidade. Mobilização é fruto da campanha salarial e retirada de medida provisória que afeta os servidores

O servidores do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que fazem uma paralisação de 24 horas no trabalho nesta quinta-feira (3), aprovaram um indicativo de greve em uma assembleia realizada nesta manhã. De acordo com Bernardo Pilotto, diretor de formação política do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest), a posição será levada para o encontro nacional da categoria, que vai acontecer em Brasília, no dia 16 de fevereiro. Cerca de 500 servidores participaram do encontro.

Pilotto também confirmou que a paralisação nos serviços será por 24 horas e se iniciou as 7 horas desta quinta-feira. No entanto, o atendimento para casos de urgência e emergência está mantido. Cerca de 300 servidores fizeram uma passeata da Praça Santos Andrade até a Boca Maldita, entre as 10 e 12 horas da manhã desta quinta-feira (3). Por volta das 15h40, os funcionários continuavam com a paralisação, que foi feita por funcionários de hospitais universitários em todo o país.

A mobilização realizada pelos funcionários do HC faz parte da campanha para melhorias salariais e a retirada da Medida Provisória 520, sancionada no último dia de 2010. A determinação legislativa criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A (EBSERH), que desliga os hospitais universitários das universidades que estão relacionadas.

O HC possui média mensal de 99.700 atendimentos, entre consultas, exames e cirurgias.

Mudanças administrativas

A MP 520 desvincula os hospitais universitários das universidades as quais estavam ligados. Conforme a medida, a relação com as universidades será contratual. A justificativa para a edição da medida foi atribuída à necessidade de resolver o contrato irregular de trabalhadores ligados à fundações, nestes hospitais. O Tribunal de Contas da União (TCU) tinha declarado a ilegalidade da situação dos 26 mil contratados em todo o país nessas condições.

Atendimento mantido

De acordo com a diretora geral do HC, Heda Maria Barska dos Santos Amarante, a posição do hospital diante da paralisação dos servidores é de compromisso com a comunidade. “Vamos dar atendimento e não deixar que ocorram danos ou risco para a população. O hospital está aberto, os serviços estão funcionando e os médicos estão disponíveis, porém, tudo fica mais lento”, explica.

Segundo a diretora, o hospital entende que a mobilização dos servidores atende a três frentes de reivindicação. A primeira tem relação aos servidores que são vinculados a Funpar e que não poderiam mais manter vínculos com a instituição desde 31 de dezembro, mas que permanecem no cargo temporariamente. Os 1.100 funcionários deveriam ser substituídos por servidores concursados, mas foram mantidos na função por meio de um acórdão com o Tribunal de Contas da União (TCU).

Ela explica que a MP 520 criaria uma empresa pública federal que faria os contratos dos funcionários dos hospitais públicos vinculados ao governo federal. A empresa traria mais agilidade e flexibilidade para a administração hospitalar, mas ainda há alguns pontos de como ela funcionaria que não foram esclarecidos. No entanto, a diretora afirma que não há a possibilidade de transformar um funcionário de uma empresa privada, como é o caso da Funpar, em um servidor público sem que eles realizem concurso.

Outro ponto que estaria na pauta dos servidores, segundo Heda, é o fato de a medida ter pouco detalhamento e gerar muitas dúvidas para os funcionários, que não sabem ao certo como a empresa operaria. Ela esclarece que os hospitais não serão privatizados e que os funcionários que já são servidores públicos não serão prejudicados por nenhuma alteração.

Na visão da administração do hospital, a terceira razão para a paralisação é a mobilização pela campanha salarial. A data seria uma sugestão da Federação do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra).

Fonte: Gazeta do Povo