NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Na fila dos caminhoneiros que descem e retornam pela BR-277, que liga Curitiba ao litoral do Paraná, vindos do Porto de Paranaguá, a reclamação é geral. Eles enfrentaram este ano problemas a mais: a falta de água potável para beber e preços abusivos oferecidos pelo produto ao longo da rodovia.

O caminhoneiro de Ponta Grossa, José Lourival de Oliveira, há 22 anos na estrada, denunciou que um vendedor lhe ofereceu cinco litros de água por R$ 70 reais. Ele está indignado com a longa espera para chegar e voltar do Porto de Paranaguá. “É uma vergonha. O pedágio é caro e não temos nenhum benefício”, disse Oliveira, que ficou quatro dias na fila.

O caminhoneiro de Três Arroios (Rio Grande do Sul), Volnei Varotto, está há três anos na estrada e ficou dois dias na fila para chegar ao porto. “Não temos apoio nenhum na estrada. Ninguém traz uma água e ainda temos que pagar pedágio, sem contar que a gente deixa de faturar e fica gastando dinheiro do bolso para se manter”, dispara Varotto.

O caminhoneiro Paulo Ronsoni, também de Ponta Grossa, ficou quatro dias na fila para chegar ao Porto de Paranaguá. Segundo ele, “não é fácil ficar longe da família. Ronsoni disse que a demora este ano foi uma fatalidade devido às chuvas e desabamentos de pontes.

Édson Bueno dos Santos, também de Ponta Grossa, caminhoneiro há 17 anos, acha que a maior dificuldade é a falta de banheiro e de água. Ele ficou três dias parados na estrada. “É complicado. A fila dá muito sono. A gente não trabalha, não dorme, nem descansa”, afirma Santos.

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores e Motoristas Ajudantes de Caminhos de Cargas do Estado do Paraná (Sintracarp), e da Federação dos Trabalhadores Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar) estiveram distribuindo 4,5 mil litros de água mineral para os caminhoneiros na BR-277, nesta quarta-feira (16). Eles distribuíram mais três mil litros quinta-feira (17).

O diretor do Sintracarp e membro da Fetropar, Evaldo Baron, denunciou que os caminhoneiros estão com dificuldades de entrar no final da fila e enfrentam falta de segurança na BR-277. Baron denunciou ainda que alguns caminhoneiros demoraram oito dias na fila para chegar ao Porto de Paranaguá.

Fonte: O Estado do Paraná