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O secretário estadual do Trabalho, Luiz Claudio Romanelli, reuniu-se nesta segunda-feira (21) com representantes do setor empresarial para discutir o reajuste do salário mínimo regional. Participaram da reunião diretores e presidentes do chamado G8, grupo que congrega oito federações empresariais do Paraná (Faciap, Ocepar, Faep, Fecomércio, Fiep, Fetranspar, ACP e Fampepar).

Romanelli disse que é determinação do governador Beto Richa que haja a participação tanto da organização empresarial quanto da trabalhista durante as discussões. “A intenção é chegar ao melhor resultado possível para o trabalhador, aproveitando este momento de crescimento da economia no Paraná”, afirmou. Os sindicatos patronais argumentam que o salário tem sido reajustado acima dos ganhos de produtividade do estado e que isso interfere na capacidade de competição do Paraná.

O Governo estadual deverá encaminhar o projeto para votação na Assembleia Legislativa logo na segunda quinzena de março e o percentual de aumento e os critérios utilizados serão com base em estudos realizados pelo Dieese e pelo Ipardes. “A partir do levantamento será feita uma reunião entre governo e representantes dos trabalhadores e dos empregadores para chegar a um consenso final”, diz o secretário. “O projeto será bem fundamentado e a intenção é de que todas as convenções coletivas de trabalho também respeitem o mínimo regional”, disse.

Já o setor empresarial coloca que, mesmo destinado apenas para as categorias sem organização sindical, o piso influencia nas negociações salariais dos trabalhadores sindicalizados. Para o presidente do Sistema S, Darci Piana, o aumento afetará não só os salários menores, mas também os maiores. “Isso quer dizer que, a longo prazo, é um impacto muito grande para as empresas. Acreditamos que o novo mínimo regional deva ter um valor que mantenha as empresas no Paraná e não interfira no preço dos produtos”.

FALTA MÃO DE OBRA – O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Hélio Bampiv, afirmou que as empresas estão recrutando pessoal sem exigir qualificação e mesmo assim está difícil preencher os postos em aberto. “A solução será trazer trabalhadores do Peru, como já foi feito anteriormente”. Segundo o diretor da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranpar), Sérgio Malucelli, o setor de transporte está na mesma situação, com falta de pessoal para trabalhar.

Empresários reclamam da falta de mão de obra qualificada mas, na outra ponta, o Sistema Público de Emprego conta com mais de dez mil vagas de trabalho que não exigem experiência – metade das 20 mil vagas no Paraná. Para Romanelli, o número mostra que, mesmo com o maior salário mínimo do país, o Paraná mantém a economia aquecida e a grande oferta de emprego.

De acordo com o secretário, o trabalhador está mais exigente, prefere ofertas com maiores salários e melhores condições de trabalho, como carga diária e horária regulares. “Nesta segunda-feira, por exemplo, cerca de mil pessoas passaram pela Agência do Trabalhador de Curitiba. Então, o trabalhador paranaense está à procura de emprego, mas dá preferência às melhores oportunidades”, explica.

Também participaram da reunião o vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Sinval Zaidan Lobato Machado; o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski; o diretor-financeiro da Faep, João Luiz Rodrigues Biscaia; o representante da Federação e Organização das Cooperativas do Paraná (Fecoopar), Anderson Eugenio Lechechem; o diretor da Secretaria do Trabalho, Iran de Rezende; e o coordenador de Relações do Trabalho da Secretaria, Núncio Mannala.

Fonte: AEN