Depois de uma reunião com sindicalistas para tratar do valor do salário mínimo em 2011, ministros do governo Dilma Rousseff indicaram nesta sexta-feira que manterão a proposta de R$ 545 para este ano, ainda que não fechem acordo com os trabalhadores e que tenham de levar a decisão final para embate no Congresso.
Os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Gilberto Carvalho (Secretária Geral da Presidência) chamaram de bravatas os comentários de sindicalistas, apontando um rompimento do governo Dilma com a política de reajuste do salário mínimo implantada pelo antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
Os representantes dos trabalhadores querem um aumento para R$ 580 e prometem mobilizar sua base no Congresso para brigar pela implementação da cifra. “Não havendo acordo, vamos mandar do mesmo jeito para o Congresso”, disse Carvalho, após a reunião de dirigentes das principais centrais sindicais, ressaltando que deseja uma decisão rápida que não faça o tema se arrastar nos debates parlamentares.
Pouco antes, o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), disse ver “um início preocupante” no governo Dilma, por conta da discussão sobre o valor do salário mínimo este ano.
Arthur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores, ligada ao PT, evitou o tom belicoso, mas disse que os sindicalistas não vão ceder à proposta do governo.
Ao comentar as declarações dos sindicalistas, o ministro da Fazenda lembrou do acordo com os representantes dos trabalhadores e integrantes do governo Lula. “Eles querem uma exceção [no reajuste do salário mínimo] para 2011. Ou vale para todos os anos ou não vale”, disse Mantega.
O cálculo do salário mínimo leva em conta a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, corrigida pela inflação. Para 2011, o índice elevaria o valor a R$ 543, arredondados para R$ 545 por Dilma.
Para 2012, a expectativa do governo é a concessão de um aumento na faixa dos 10%, que teria impacto sobre a folha de pagamento dos funcionários públicos e dos aposentados.
Em reuniões nas próximas semanas, governo e sindicalistas voltarão a tratar do assunto, além de discutir aumentos para aposentados e pensionistas, e a correção da tabela do Imposto de Renda.
Fonte: UOL Notícias