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Líder do PSDB diz respeitar estilo de atuação do colega Aécio Neves, recentemente alvo de críticas por ser “moderado e conciliador”. No entanto, reclama da forma tucana de escolher seus candidatos
 
Pronto para o segundo ano como líder de bancada, o senador paranaense diz não concordar com a definição do candidato com tanta antecedência sem o devido debate partidário. A pressa, diz, reduz o papel dos filiados, que sequer seriam ouvidos em relação ao perfil ideal do postulante. “A militância só é convocada para aplaudir no dia da convenção, homologando o nome imposto pela cúpula”, criticou, em entrevista concedida ao Congresso em Foco na tarde desta segunda-feira (16).
 
Nesse sentido, diz o senador paranaense, os presidenciáveis do ninho tucano continuariam restritos aos nomes de Aécio Neves e José Serra apenas “se a política não fosse tão dinâmica”. “Mas a política é dinâmica, e é por isso que dizem que seis meses na política é uma eternidade. Os fatos ocorrem, mudam situações e transformam a realidade. Portanto, não é hora de definir nomes, é hora de definir um modelo na construção da unidade partidária”, acrescentou. Para ele, a imposição do diretório nacional “desestimularia a militância e produziria a divisão”.
Decepção
 
Dizendo respeitar o estilo “moderado, conciliador” de Aécio, o líder do PSDB evita reforçar a corrente multipartidária que se diz decepcionada como a desenvoltura do político mineiro, ex-presidente da Câmara e ex-governador de Minas Gerais. A suposta decepção foi tema de artigo publicado em 9 de janeiro pelo jornalista Josias de Souza em seu blog no portal UOL. No texto, oposicionistas e até integrantes da base governista apontaram, em três “avaliações comuns”, o estilo acomodado do neto de Tancredo Neves.
Em nota assinada por Aécio e veiculada no dia seguinte no “Blog do Josias”, o ex-governador de Minas Gerais disse que não professava a filosofia do “quanto pior, melhor”, a favor do fracasso da situação – daí seu estilo conciliador. “A minha forma de atuação política confronta-se com ideia de que haveria, de minha parte, uma verdadeira obsessão pela Presidência. Jamais a tive”, diz Aécio, coerente com a indefinição do tucanato em relação ao próximo pleito.
Defesa
A despeito da disputa interna e de eventuais divergências com o colega de Senado, Alvaro Dias afirmou à reportagem que Aécio se disse firme contra os “malfeitos” do ministério de Dilma. Durante os esclarecimentos do ministro Fernando Bezerra à Comissão Representativa do Congresso, revelou, o próprio colega de bancada fez questão de intervir, mesmo à distância. Ele condenou o suposto favorecimento de Pernambuco, estado de Bezerra, na destinação de recursos federais contra desastres naturais.
“Aécio me ligou e manifestou indignação diante dessas especulações [de que estaria acomodado como oposicionista]. Ele acha que o dinheiro está sendo mal aplicado, que não há respeito à isonomia entre os entes federativos, e que é preciso combater essa prática. Há desvio de recursos que devem ser combatidos, isso tudo como consequência de um modelo de promiscuidade. E o Aécio concorda com essa ação rigorosa de combate a esse modelo”, garantiu o líder do PSDB, acrescentando que o colega de partido lhe pediu para que sua “indignação” fosse manifestada em plenário, como reposta às especulações sobre o suposto “afrouxamento dele como oposição”.
Dizendo respeitar o estilo de Aécio, o senador paranaense avaliou que o equívoco do PSDB está justamente na antecipação da corrida eleitoral. “O erro é colocar um nome em destaque. Ele fica desde já visado constantemente, fica na vitrine. Todo mundo fica com uma lupa buscando deficiências, e sem necessidade, até porque ainda não definimos o processo de escolha”, concluiu.