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Numa evidência de que uma forte ofensiva contra a classe trabalhadora está em curso em toda a Europa, o governo inglês anunciou nesta terça (22) o congelamento de salários no setor público durante dois anos, cortes de 25% nos gastos sociais e uma redução na taxa de imposto sobre os lucros de empresas. Dois pesos e duas medidas: para os assalariados, o arrocho; para os capitalistas, renúncia fiscal.

O novo governo do Reino Unido, liderado por David Cameron, anunciou duras medidas como proposta de Orçamento retificativo para este ano e as grandes linhas da política fiscal até 2015. O ministro das finanças, George Osborne, afirmou que o governo vai congelar os salários dos funcionários públicos durante os próximos dois anos e cortar em cerca de 25% os gastos sociais, com excepção da saúde. O valor do abono de família, por exemplo, será congelado nos próximos três anos.

Privilégios para o capital

Outras medidas emblemáticas são a antecipação da elevação da idade mínima da aposentadoria para 66 anos e a redução os benefícios fiscais para famílias com rendimentos anuais superiores a 40 mil libras. A taxa normal do IVA também aumenta já no dia 4 de Janeiro, passando de 17,5 para 20%. O exercício fiscal de 2011 também terá uma taxa nas contas do setor financeiro.

A proposta de “emagrecimento” do Estado, conduzida pela aliança de direita no Reino Unido, espera conseguir um corte na despesa pública da ordem das 30 bilhões de libras por ano até 2015. Em “contrapartida”, numa evidência de que o governo conservador tem dois pesos e duas medidas (uma para a classe trabalhadora, outra para os capitalistas), estão propondo uma redução nos impostos sobre os lucros das empresas, que durante os próximos quatro anos vão descer em um ponto percentual, até atingir os 24%.

Georde Osborne considerou este um “Orçamento inevitável” e para o qual “todos serão chamados a contribuir”. O movimento sindical reagiu com indignação e promete realizar manifestações em defesa dos interesses da classe trabalhadora. O novo ministro das finanças admite que as medidas provocarão uma desaceleração das atividades produtivas, estimando um crescimento da economia britânica para o próximo ano inferior ao que até então se projetava, 2,3% contra a estimativa anterior, de 2,6%.