NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Principal responsável pela aceleração dos preços da construção civil neste mês, o grupo mão de obra deve continuar contribuindo para a alta dos custos do setor. Isso porque maio é a data-base de reajuste para os trabalhadores da construção civil em São Paulo, capital que responde pelo maior peso no Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M).

A leitura de maio já deve refletir os resultados do acordo da capital paulista, mas dependendo da data em que a negociação for concluída, a elevação poderá ser sentida apenas no mês de junho, observa a coordenadora do índice da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ana Castello.

Em abril, os custos da mão de obra – que têm peso de quase 50% no índice – avançaram 1,16%, diante de alta de 0,27% em março. O aumento foi reflexo de reajustes salariais ocorridos em função da data-base em Salvador e no Rio de Janeiro. Além disso, em Porto Alegre, houve um adicional previsto em acordo coletivo.

Com isso, o INCC-M de abril apresentou alta de 0,75%, o que representa uma aceleração em relação ao resultado do mês passado, de aumento de 0,44%. O que mais chamou a atenção em abril, segundo Ana Castello, foi a desaceleração dos preços de materiais, equipamentos e serviços, que passaram de 0,60% de alta em março para 0,36% de acréscimo neste mês.

O subíndice material metálico, que contempla as variações de preço do vergalhão, mostrou recuo de 1,54% para 0,85% na passagem mensal. “Esse movimento não era esperado, considerando o contexto de ritmo forte do setor”, avalia a economista da FGV, citando que em alguns casos, foi inclusive verificada deflação, como no preço de produtos químicos (queda de 1,64% em abril).

Para a coordenadora do índice da FGV ainda é cedo para determinar se essa desaceleração na cesta de materiais e serviços é pontual ou se trata de uma tendência, pois depende da pressão dos insumos na indústria de material de construção.

Na avaliação de Ana Castello, o resultado do acordo salarial firmado com os trabalhadores de São Paulo será determinante para o desempenho do INCC-M no ano. Em 2010, foi fixado um reajuste de 8%. “Se vier muito diferente, vai interferir no acumulado”, explica. No primeiro quadrimestre do ano, o indicador acumula alta de 1,96%, o que, segundo a economista, aponta para um comportamento semelhante ao visto no ano passado, quando o INCC-M fechou com variação positiva de 7,5%.

Valor Econômico