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A Procuradoria-Geral da República (PGR), em denúncia apresentada contra os irmãos Brazão ao Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu que o assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018, ocorreu para proteger os interesses econômicos da milícia. A denúncia foi apresentada na terça-feira, mas tornada pública na noite dessa quinta-feira (9), quando Alexandre de Moraes retirou o sigilo do documento.

Além da denúncia contra os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, acusados de serem os mentores do crime contra a vereadora Marielle Franco, a Polícia Federal (PF) efetuou ontem a prisão preventiva de Robson Calixto da Fonseca, assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, conhecido como major Ronald.

Segundo a PGR, o apoio da vereadora à regularização de terras para pessoas de baixa renda foi determinante para colocá-la como alvo dos irmãos, uma vez que os terrenos estavam localizados em áreas de atuação de milícias.

“Marielle se tornou, portanto, a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos. Matá-la significava eliminar de vez o obstáculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros políticos do grupo de oposição a imitar-lhe a postura”, aponta a denúncia.

As investigações dos homicídios, que foram iniciadas pela Polícia Civil e atualmente também estão sendo feitas pela PF, já resultaram na prisão de sete pessoas. Os dois acusados de executarem os assassinatos, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, os acusados de planejarem o crime, os irmãos Brazão, e o delegado de Rivaldo Barbosa que, teria tentado garantir que os irmãos saíssem impunes, e agora Robson e major Ronald.

“Foi Rivaldo quem orientou a todos a não executar o crime em trajeto que partisse ou seguisse para a Câmara Municipal, para dissimular a motivação política do crime”, acrescenta a PGR sobre a participação do delegado no crime

O deputado Chiquinho Brazão está preso na Penitenciária de Campo Grande desde 24 de março, por determinação do Supremo. No último mês, a Câmara dos Deputados votou pela manutenção da prisão preventiva do parlamentar. O placar ficou em 277 votos favoráveis, 129 contrários e 28 abstenções. O mínimo para manter a prisão preventiva eram 257 votos.

O Conselho de Ética da Casa também instaurou processo de cassação contra o parlamentar. A relatoria do caso será da deputada Jack Rocha (PT-ES). Os deputados votam no colegiado, mas a decisão final pela cassação acontece no plenário.

Com informações da Agência Brasil

AUTORIA

Pedro Sales

PEDRO SALES Jornalista em formação pela Universidade de Brasília (UnB). Integrou a equipe de comunicação interna do Ministério dos Transportes.

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