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Agências de empregos da região de Londrina constatam que carência de profissionais capacitados atinge quase todos os setores

faltamaodeobraEduardo Volponi e Marco Antonio Silva fazem curso de capacitação em construtora londrinense

O mapa dos empregos em algumas cidades da região de Londrina revela que há centenas de vagas em aberto, mas é preciso capacitação e experiência para preenchê-las. Chega a ser repetitivo o número de vezes que já se falou sobre a falta de mão de obra qualificada, mas essa carência atinge quase todos os setores das organizações. 

Em Cornélio Procópio (56 quilômetros de Londrina) as vagas mais deficitárias, de acordo com o gerente da Agência do Trabalhador, Luiz Felipe Graciano, são para soldador, marmorista, pedreiro, eletricista para ar condicionado, mecânico de autos, tratorista, operadores de máquinas agrícolas e equipamentos pesados. No caso dos operadores de máquina, Graciano atribui a falta de mão de obra a baixa escolaridade. ”As pessoas mais antigas, além da idade avançada, não têm muito estudo e operar essas máquinas computadorizadas fica difícil, já que muitos filhos não querem saber de dar continuidade ao trabalho dos pais”, afirma. 

A profissão de pedreiro, conforme Graciano, é a que está há mais tempo com dificuldade de preenchimento. ”O Estado de Santa Catarina todo ano procura a Agência do Trabalhador para recrutar essa mão de obra. Os profissionais que têm experiência já tem destino certo”, conta. Para suprir a falta da qualificação, a Agência do Trabalhador, em parceria com a Secretaria Estadual do Trabalho e o Senac, investe na qualificação desses profissionais. 

Ele destaca que a Agência do Trabalhador tem uma preocupação grande com a questão da qualificação e para isso procura esclarecer os empresários, por meio de visitas. Nesse trimestre, Graciano estima que a área de auxiliar de produção será bastante promissora. ”Não temos, ainda, o total de vagas a serem preenchidas, mas esperamos um alto índice de empregabilidade na área, devido a previsão fornecida pelas empresas”, diz. 

O gerente da Agência do Trabalhador de Wenceslau Braz (Norte Pioneiro), Adilson Barcelar, ressalta que o município, com 20 mil habitantes, tem na agricultura sua principal fonte de economia, por meio das culturas de milho, feijão, soja e trigo, seguido do comércio, que também movimenta os empregos na cidade. Por outro lado, ele diz que há setores com carência de mão de obra qualificada. ”Aqui faltam costureiras, motoristas de caminhão, vendedores para atuar no comércio de modo geral, professores de inglês e informática, e técnicos em radiologia”, aponta. 

O que mais dificulta o preenchimento dessas vagas, sem dúvida, é a falta de qualificação.”Vagas temos bastante, mas pessoal capacitado para preenchê-las esta difícil. Faltam cursos de qualificação para os profissionais”, reclama. Ele conta que mensalmente, a meta a ser cumprida pela Agência do Trabalhador é a colocação de 35 pessoas no mecado de trabalho, mas esse alvo está longe de ser alcançado. ”Essa meta nunca é cumprida. Por mês conseguimos colocar no mercado uma média de 15 a 20 pessoas”. 

O quadro se repete em Santo Antônio da Platina (cidade polo do Norte Pioneiro), garante Marceliano Moreira, gerente da Agência do Trabalhador local. Lá as vagas faltantes são para costureira, auxiliar de escritório, torneiro mecânico, serralheiro, vendedor e motorista. Moreira conta que as pessoas para conseguirem o emprego acabam omitindo algumas informações importantes e isso ocasiona uma grande rotatividade nas corporações. ”Na hora de realizar um serviço ou uma tarefa delegada o colaborador não sabe fazer e esse é o maior problema que enfrentamos”, afirma.

Kalinka Amorim 
Reportagem Local