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O mundo vive hoje uma “síndrome do esgotamento”. Foi assim que o presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, apresentou ontem o que poderá ser um dos encontros anuais de Davos mais pessimistas. Em 41 anos de existência, o Fórum em Davos — que reúne os principais dirigentes e líderes políticos do Planeta — discutiu momentos de euforia e crise, mas nunca apresentou o mundo desta forma: como uma pane generalizada.
 
— Quando vemos o caminho de hoje, na política, economia e sociedade, temos a impressão de uma síndrome de esgotamento global — disse Schwab.
 
— Não investimentos o bastante no futuro, não demos bola suficiente para a coesão social. E estamos diante do perigo de perder completamente a confiança das futuras gerações.Por todo lado, há, segundo ele, “lacuna de moralidade”, uma “superalavancagem”, um descaso:
 
E fez um alerta: o fato de as pessoas terem perdido a confiança nos líderes e estarem vendo a vida apenas como um sacrifício — o que ele chamou de “destopia” , isto é, o contrário da utopia — pode gerar conflitos sociais, protecionismo, nacionalismo e, com isso, “precipitar a espiral de queda da economia global”.
 
O Fórum reunirá 2.600 pessoas este ano, entre elas, cerca de 40 chefes de estado e de governo e 18 presidentes de bancos centrais. A dívida e a crise europeia vão, certamente, mobilizar boa parte dos debates em Davos. Mas o Fórum também vai discutir um novo modelo para o capitalismo. Schwab cunhou uma nova expressão para definir o que ele acha que deve substituir o capitalismo: o “talentismo”.
 
— O futuro não vais ser determinado pela escassez de capital, mas sim pela falta de talento. O modelo antigo era capitalismo. O novo é talentismo — acredita o presidente do Fórum.
 
Encontro deste ano também discutirá um novo modelo para as lideranças. Segundo Schwab, o líder do passado era determinado pelo poder, pura e simplesmente. O de hoje precisa ser determinado por um modelo mais colaborador, que ele chama de poder social:
 
— Tudo o que for criado, tem que ser codesenhado. A nova geração espera a democratização das decisões. É evidente que num mundo onde metade da população tem menos de 27 anos, os jovens têm que ser parte.
 
O encontro em Davos será aberto pela mulher que comanda hoje a Europa em crise: a chanceler alemã Angela Merkel. Entre as personalidades confirmadas estão o primeiro ministro britânico, David Cameron, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, o presidente israelense, Shimon Peres, o presidente do México, Felipe Calderon. Dilma Rousseff, não está na lista, assim como o presidente francês, Nicolas Sarkozy, cujo país acaba de ser rebaixado por uma agência de classificação de risco. Do Brasil, estão confirmados Luciano Countinho, presidente do BNDES, os ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e Fernando Pimental, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Haverá um painel sobre a economia brasileira, mas, em geral, a América Latina está fora do foco do encontro. Inspirados pelo movimento de ocupação e protesto em várias cidades, como o “Occupy Wall Street”, ativistas instalaram um iglu em Davos. A manifestação não garantiu um convite para os debates, mas os organizadores de Davos dizem que eles poderão participar de eventos paralelos.