NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

caca-internaApós vencer as eleições realizadas em 19 e 20 de novembro de 2010, em janeiro de 2011 a nova diretoria do Sintramotos finalmente assumiu e pode iniciar os trabalhos de representação da categoria dos trabalhadores em motofrete de Curitiba e Região.

A equipe de novos sindicalistas dispostos a tocar um trabalho sério, coordenada pelo presidente Agenor “Cacá” Pereira, encontrou um sindicato sem estrutura e com quase nenhum contato com a categoria.

O trabalho de arrumar a casa não foi fácil. A NCST/Paraná conversou com Cacá, que fala dos desafios deste importante sindicato que hoje é respeitado, e que em um ano conquistou reajustes históricos para a categoria, iniciou um forte trabalho institucional e filiou-se à Nova Central Sindical de Trabalhadores.

NCST/Paraná: Qual é o balanço que a diretoria do Sintramotos faz deste primeiro ano?

Agenor “Cacá” Pereira: Sem dúvida é extremamente positiva. Temos que considerar que o sindicato ficou completamente estagnado nos últimos anos e além de arrumar a casa a gente conseguiu avançar em diversas frentes. Claro que não foi fácil, até por que encontramos uma situação caótica quando assumimos, em janeiro. Mas foi como se em um ano tivéssemos feito o trabalho de três anos da gestão anterior.

NCST/Paraná: Quais foram as principais frente de atuação neste primeiro ano?

Cacá: A retomada das negociações com foco na questão econômica foi o central, pois é o que pega no bolso do trabalhador e mexe diretamente na vida deles. Mas também focamos na questão da regulamentação profissional dos motofretistas, que já tem a lei e está com a implementação em processo de andamento. Temos também a relação institucional com entidades do poder público, outras entidades sindicais, entre outras.

NCST/Paraná: O que mudou nas negociações deste ano em relação às outras?

Cacá: Mais uma vez a história de limpar a casa, quando a gente foi estudar as Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho encontramos cláusulas ilegais, que retiravam direitos dos trabalhadores garantidos em lei. Isso a gente exigiu dos patrões que caísse. Mas o central para nós foi o reajuste nos pisos, como 15% para o pessoal de cargas e 18% para hotéis e pizzarias, além de outros setores importantes como gás e auto-peças. Digo que priorizamos o piso pois soa poucos os trabalhadores que ganham acima, na categoria, infelizmente, e porque o pessoal que ganha menos é justamente quem tem maior necessidade de recuperação salarial.

NCST/Paraná: Mas o que foi feito até aqui é suficiente?

Cacá: Foi muita coisa, mas não é suficiente, não. Como disse, os salários estavam muito defasados, então mesmo os melhores reajustes ainda precisam ser melhorados. Vamos precisar de alguns anos de reajustes acima da inflação para dar uma condição digna ao trabalhador. E tem outras coisas para avançar, como o plano odontológico de 50% que queremos ampliar para 100%, são vários…

NCST/Paraná: Além da filiação à NCST/Paraná vocês retomaram contato com a Fetropar. Que diferença isso faz para um sindicato?

Cacá: A gente se propõe a fazer um trabalho sério no sindicato, e para isso é fundamental nos relacionarmos com os sindicatos do setor rodoviário do estado, por meio da Fetropar, e com entidades de classe de outras categorias. É uma forma de não nos isolarmos no nosso mundo. O sindicato não pode estar sozinho, ele tem que ter aliados, até porque tem lutas que temos que somar forças para vencer, como a história do salário mínimo regional. Isso sem falar no imenso aprendizado que é estar com os companheiros dos outros sindicatos.

NCST/Paraná: E como tem sido a atuação na questão da regulamentação profissional?

Cacá: Nós já temos a lei de regulamentação do profissional do motofrete, que é de 2009. Mas a gente sabe que só a aprovação da lei não garante a regulamentação, ela tem toda uma fase de implementação. Nossa principal luta é para garantir a qualificação profissional gratuita ou a baixo custo para o profissional que já está no mercado, para ele não sair prejudicado. Para isso temos feito reuniões com prefeituras e tentando viabilizar cursos pelo Instituto São Cristovão, mantido pela Fetropar. É um trabalho constante.

NCST/Paraná: Qual principal recado que fica para os trabalhadores de motofrete da região?

Cacá: O recado é que o Sintramotos está de portas abertas e que a categoria dos motofretistas como um todo é a responsável por esta reestruturação que nosso sindicato enfrenta. E que muita luta vem pela frente!