NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Brasília – Antes mesmo de ocupar o terceiro andar do Palácio do Planalto, o futuro presidente terá uma negociação de peso a concretizar: os índices de ganho real do salário mínimo e das aposentadorias com as centrais sindicais.

A proposta para o Orçamento de 2011 que seguirá hoje para o Congresso Nacional prevê apenas a correção pela inflação desses dois itens. No entanto, já está certo que após as eleições haverá negociação para proporcionar um aumento extra. Os novos valores terão de estar acertados até 31 de dezembro, para que o novo mínimo entre em vigor em 1º de janeiro.

Quem vai dialogar com as centrais é a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva, mas poderão participar integrantes do time do presidente eleito que formarão a chamada ”equipe de transição”. A ideia é justamente permitir que o novo governo tome parte na decisão.

”O presidente Lula não ia resolver sozinho e deixar a conta para o próximo”, explicou o líder do governo no Congresso, deputado Gilmar Machado (PT-MG).

Além do mínimo e das aposentadorias, a proposta de Orçamento não prevê correção para os benefícios do programa Bolsa-Família, outro carro-chefe do governo Lula. Caberá também à nova administração decidir o que fazer. ”Tudo o mais vem sem reajuste”, disse Machado.

Dilma

Líder nas pesquisas de intenção de voto, a petista Dilma Rousseff não teria problemas em conduzir as negociações, acredita o deputado. ”Vamos fazer como sempre: ouvindo as centrais e a área econômica do governo”, explicou. ”Ela já conduziu negociações desse tipo quando estava na Casa Civil.”

O fato de Dilma não ter uma origem sindical como Lula não é visto como problema pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos. ”Esse é um programa de desenvolvimento econômico e social que o governo Lula implantou e que ela disse que vai dar continuidade”, comentou. O mesmo ocorreria na hipótese do tucano José Serra sair vencedor. ”Não acredito que alguém, em sã consciência, retrocederia nessa política”, afirmou Artur Henrique.

Não é, porém, uma decisão simples. De acordo com cálculos do governo, cada R$ 1 de aumento que se conceda ao salário mínimo elevará as despesas da Previdência Social em R$ 282,8 milhões.