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Reajuste de 14,13% injeta mais R$ 54 milhões mensais; só na região de Londrina, aumento beneficia 130,5 mil pessoas
 
 
 
 
O reajuste do salário mínimo de R$ 545 para R$ 622 (14,13%), que começou a valer no último domingo em todo o País, vai injetar na economia paranaense R$ 435 milhões mensais (quase R$ 54 milhões a mais do que em 2011), considerando apenas os aposentados e pensionistas que recebem benefício de um salário mínimo do INSS. Só em Londrina e região por volta de 130,5 mil pessoas vão receber este novo valor, o que gerará um aditivo de mais de R$ 10 milhões (de R$ 71,1 milhões para R$ 81,1 milhões) mensais à economia regional. 
 
Os números são significativos, já que 42% dos beneficiários (700,6 mil pessoas) recebem este montante no Paraná. O percentual é um pouco acima do estimado em Londrina, que fica em torno de 41%. 
 
De acordo com Sandro Silva, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), ainda não é possível avaliar o impacto total do novo mínimo no Estado. Porém, ele ressalta que como cerca de 80% dos ocupados do Paraná (trabalhadores com e sem carteira assinada) recebem salários inferiores a dois mínimos, o reflexo será bem interessante. ”É um ciclo virtuoso: começa com a melhoria de renda, que aumenta consumo, gerando melhoria da produção e consequentemente mais empregos”. 
Outro destaque, segundo o economista, é que o aumento do salário mínimo acaba fomentando as demais negociações salariais, trazendo reajustes interessantes para mais categorias. Desde 2006, o mínimo é reajustado conforme a reposição da inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB do ano retrasado. ”O poder de compra do brasileiro vai aumentar e é nítido que houve uma recuperação da renda do trabalhador, mas o mínimo ainda está longe do ideal”, salienta. 
Segundo os cálculos do Dieese de novembro do ano passado, o salário mínimo adequado para suprir todas as despesas de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) teria que ser de R$ 2.349. O especialista comenta que com o valor de R$ 622 não é possível comprar muitos dos itens básicos para a sobrevivência. ”Por outro lado, em 1995 era possível comprar apenas 1,02 cestas básicas, enquanto em 2012, 2,25 cestas”, relata. 
Quando comparado com os salários mínimos regional – que variam de R$ 608,74 a R$ 817,78 no Paraná – Silva explica que o novo mínimo nacional também pode auxiliar no aumento do estadual. ”Pode haver uma pressão para que o piso regional também avance. Mesmo seu impacto sendo restrito, os sindicatos podem acabar pressionando. Possivelmente, o novo reajuste destes valores deve acontecer no mês de maio”, completa.