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As salas de aula superlotadas e o fechamento de turmas nas escolas públicas do estado vão levar os professores da rede estadual de ensino a um novo protesto em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, a partir das 14 horas de hoje. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Estado do Paraná (APP-Sindicato), Marlei Fernandes de Carvalho, também deve entregar hoje um manifesto ao vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns, e pedir uma nova folha de pagamento complementar aos professores do Processo Seletivo Simplificado (PSS), que trabalham há um mês e meio e devem receber os salários somente no final de abril.

De acordo com Dirceu Ferrei­ra, presidente do Núcleo Me­tropolitano Sul da APP-Sindicato, desde o início do ano letivo as escolas estão sendo forçadas a agrupar turmas e a acumular estudantes em sala para suprir a falta de docentes. “Há uma política de enxugamento: quanto menos turmas, menos professores e menos gastos. Mas o que o governo considera despesa, nós vemos como investimento na qualidade do ensino. Esse movimento é para enfrentar esse descaso que tem ocorrido nas escolas e que tem grande impacto pedagógico”, diz. Ferreira cita colégios que enfrentam a superlotação nas salas, entre eles o Agalvira Pinto e Professor Júlio Szymanski, de Araucária; e o Heraclito Fontoura Sobral Pinto, em Colombo. Procurados pela reportagem, funcionários do colégio de Colombo admitiram ter classes com um número grande de alunos, uma delas, do 3.º ano do Ensino Médio, reúne 56 deles. Para Ferreira, o ideal é ter no máximo 35 alunos em uma sala de ensino médio.

Defasagem

De acordo com o APP-Sindicato, de 10 a 15 mil professores são necessários para suprir a demanda por docentes nas escolas do estado. A secretária educacional da entidade, Joneslei Aparecida Albuquerque, conta que há semanas o sindicato tem recebido reclamações de escolas de todo o estado referentes à falta de professores e ao PSS. “A Seed não confirma as reclamações vindas as escolas, mas estamos vendo as políticas acontecerem. Em Arapoti tem 40 alunos em espaços que cabem 20 e a professora tem de entrar de lado na sala para dar aula. E enquanto professores experientes ficaram de fora no PSS, temos reclamações de que acadêmicos calouros, do primeiro ano de faculdade, estão assumindo as aulas sem saber o que fazer”, diz.

A contratação de acadêmicos pelo PSS estava previsto no edital de seleção, de acordo com a superintendente da Seed, Meroujy Cavet. Ela explica também que a intenção da Secretaria de Educação é reduzir ao máximo possível o número de professores PSS. Nesse sentido, Meroujy afirma que a convocação de docentes aprovados no concurso realizado em 2007 deve acontecer ainda em março. “Esta é a forma correta de ingressar no serviço público e compor o quadro de professores. Até o final deste mês devemos chamar 3 mil professores e logo em seguida mais 3,7 mil. Haverá mais uma convocação e antes do final do ano prevemos um novo concurso para atender as demais necessidades referentes aos professores”, afirma.

Fonte: Gazeta do Povo