DE SÃO PAULO
A “distorção”, nas palavras do economista da FGV (Fundação Getulio Vargas) Marcelo Néri, entre o piso nacional e os pisos das categorias sindicalizadas ocorre porque a fórmula fixa para o reajuste do salário mínimo que não leva em conta o que ocorre no mercado de trabalho.
A regra hoje considera o crescimento econômico de dois anos antes e a inflação do ano anterior.
“Não pode o desempenho da economia no passado, no caso em 2010, definir salários pagos neste momento, em meio a uma crise”, diz ele.
Os gráficos do Paraná, em campanha salarial, tentam um aumento de 8% para a categoria, inclusive para os pisos. Os empresários oferecem 7,6%. O salário inicial de bloquistas representava 1,6 salário mínimo em 2004. No ano passado, passou a 1,2.
Diretora do sindicato, Susana Güthmer afirma que chegar aos 14,13% do salário mínimo “é impossível”.
“Algumas empresas relatam que não estão com tanto serviço este ano”, diz ela, que notou o avanço do mínimo sobre o próprio salário.
“Cheguei a receber quatro mínimos, hoje não ganho dois. Mas como recuperar a diferença se hoje brigamos por décimos?”.