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Índice de expectativa teve leve queda, mas confiança segue alta; esperança de melhora profissional aumenta com escolaridade
A confiança no mercado de trabalho é o principal fator que vem sustentando o otimismo das famílias, na avaliação de Marcio Pochmann, presidente do Insti­tuto de Pesquisa Econômica Apli­cada (Ipea). Na pesquisa Índi­ce de Expectativas das Famílias (IEF), divulgada ontem, 78,6% dos pesquisados declararam que se sentem seguros sobre a situação do responsável pela família em seu emprego.

A fatia dos que se sentiam seguros na ocupação era um pouco maior em janeiro (80,7%), mas atualmente ainda demonstra grande confiança no mercado de trabalho. No entanto, a pesquisa verificou que apenas 38,6% das famílias esperam alguma melhora profissional do responsável pelo domicílio nos próximos seis meses. “A maior parte dos entrevistados acredita que não vai melhorar na ocupação. Eles estão seguros no emprego, mas não percebem possibilidade de melhora na sua renda ou na posição profissional”, aponta Poch­mann.

O otimismo em relação ao futuro profissional cresce à medida que aumenta o grau de escolaridade e a renda das famílias. Entre os trabalhadores sem escolaridade, apenas 25,9% esperam melhora no emprego. Essa fatia aumenta para 36,8% entre os que têm ensino fundamental completo e para 52% entre os que possuem ensino superior incompleto. Quanto à renda, os empregados que recebem entre um e dois salários mínimos são os menos otimistas – apenas 33,2% deles creem em uma melhora profissional. Já os trabalhadores que recebem entre cinco e dez salários mínimos estão mais confiantes: 47,3% deles acreditam em uma evolução na ocupação. “À medida que aumenta a escolaridade, cresce a percepção de que é possível ascender profissionalmente. Em relação à renda, também há essa semelhança”, afirma Pochmann.

As medidas tomadas pelo governo no segundo semestre do ano passado, como o aumento do salário mínimo, a redução de im­­postos sobre eletrodomésticos e os cortes na taxa básica de juros, já não são suficientes para sustentar a confiança dos consumidores em 2012, disse Pochmann. O IEF voltou ao nível de janeiro de 2011, aos 67,2 pontos, após atingir o pico de 69 pontos em janeiro.

“Houve queda na expectativa das famílias, mas não sabemos avaliar se houve acomodação após uma forte elevação, ou se está relacionada a uma trajetória de queda nas expectativas devido a uma pior evolução na atividade econômica do Brasil”, disse Pochmann. Segundo o presidente do Ipea, o governo terá de apresentar novidades para voltar a elevar o otimismo das famílias e, consequentemente, ajudar a aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) do país por meio do consumo.

“Para que o comportamento das famílias seja mais ativo no comportamento geral do país são necessárias novidades. Até agora, as medidas tomadas foram suficientes para sustentar o consumo no ano passado. Mas, aparentemente, não são mais suficientes para manter a trajetória de gastos das famílias em 2012”, avaliou.