Brasil detém o terceiro maior número de presos do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China
A superlotação nas cadeias da região de Londrina não é um problema localizado. A mesma situação se repete no País inteiro. Segundo dados do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (InfoPen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, a população carcerária do Brasil é de 496.251 presos (o último levantamento foi divulgado em 2010), dos quais 50.546 estão abrigados em delegacias e 164.683 estão em situação provisória, aguardando julgamento do caso. Estimativas do Conselho Nacional de Justiça ainda indicam que o Brasil detém o terceiro maior número de presos do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
No Paraná, dados atualizados estimam 16 mil presos nas delegacias, cerca de um terço do total abrigado em distritos do País. O número está 161% acima da capacidade das carceragens no Estado. No entanto, a questão da superlotação nas cadeias é mais um dos problemas brasileiros que não têm solução. A resposta é muito mais complexa do que apontar para a falta de investimentos para a construção de distritos policiais ou penitenciárias.
Se no Paraná, somente a Polícia Civil detém cerca de cem pessoas por dia, é inconcebível afirmar que algum dia o Estado terá condições de abrigar todos esses presos em condições satisfatórias. O ideal seria direcionar investimentos – e esforços – para a educação e para a realização de campanhas de conscientização com crianças e jovens. Em muitos locais, onde a pobreza está intimamente ligada a uma educação precária e à ausência dos pais na vida das crianças, o crime seduz facilmente esses jovens.
Estatísticas do InfoPen apontam que quase a metade dos detentos possui o Ensino Fundamental incompleto. No total de presos registrados há dois anos, eram 201.938, contra 55.783 alfabetizados, enquanto o número de pessoas com ensino superior completo não chegavam a 2 mil. A diferença é gritante para não se considerar a escolaridade. A educação é fundamental para todos e vai se refletir na vida das pessoas, seja na criminalidade ou no emprego obtido. Portanto, a discussão dos problemas carcerários não pode ser desvinculada da educação. São assuntos intimamente ligados e que merecem direcionamento urgente.
