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Candidato tucano ao Planalto rebate críticas de cinco entidades de trabalhadores e garante que teve papel fundamental na criação do FAT e do seguro-desemprego

São Paulo — O candidato José Serra (PSDB) aproveitou o encontro nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT) para rebater as recentes acusações feitas por centrais sindicais ligadas ao governo federal. A UGT foi a única entidade que não assinou o manifesto contra Serra, divulgado por cinco grupos sindicais — Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central — no site do PT, no último domingo.

No documento, as centrais diziam que o tucano mente ao afirmar que foi um dos responsáveis pela criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e que teria tirado do papel o seguro-desemprego. Segundo o texto do manifesto, “tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores. A mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano”.

Durante o evento, Serra voltou a afirmar que teve papel fundamental na criação do FAT e do seguro-desemprego. “Não estou dizendo isso pela primeira vez, não, porque começaram a dizer mentiras. Já disse isso várias vezes.” O candidato respondeu às críticas com um ataque aos oposicionistas. “Nessa campanha se criou uma nova profissão, que é a dos profissionais da mentira.”

O ex-governador de São Paulo também subiu o tom nas críticas diretas ao governo federal e à candidata da oposição, Dilma Rousseff (PT). Ele cobrou a divulgação dos nomes dos funcionários da Receita Federal que teriam acessado dados sigilosos do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e afirmou que essa não é a primeira vez em que a máquina governamental foi usada para atingir adversários.

“Sou a favor da divulgação… Isto não é novidade e é muito importante para a nossa democracia que essa questão seja esclarecida a fundo”, disse o candidato a jornalistas. “Operação abafa vem uma atrás da outra. O dossiê dos aloprados foi abafado até hoje”, afirmou, evocando um relatório feito por petistas na eleição de 2006 que teria como alvo o tucano, candidato ao governo paulista à época.

Ele também condenou a propaganda feita pelo presidente Lula a Dilma em evento oficial na última terça-feira, durante o edital de lançamento do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo. “Usar a máquina governamental numa campanha do jeito que está sendo usada fere um senso de justiça do povo brasileiro. Também mostra basicamente que a candidata (Dilma) não consegue andar sobre suas próprias pernas. A candidatura é produto de marqueteiros.”

Dilma foi convidada pela organização a participar do encontro, mas acabou representada pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Ao fim do evento, foi entregue a cada candidato um documento com propostas para integrarem os programas de governo dos presidenciáveis.

Usar a máquina governamental numa campanha do jeito que está sendo usada fere um senso de justiça do povo brasileiro

José Serra, candidato do PSDB

O número160. Total de pedidos de candidatura a governador registrados até agora nas 27 unidades da Federação .

Marina à vontade

A senadora e candidata à Presidência da República sentiu-se em casa durante participação ontem no evento da União Geral dos Trabalhadores (UGT). Marina, que começou a carreira política como vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Acre, ao lado de Chico Mendes, falou com desenvoltura aos companheiros, pediu votos e terminou sua participação no evento aplaudida de pé por todos os presentes.

Em seu discurso, a presidenciável voltou a criticar a alternância entre PSDB e PT no governo que, segundo a candidata, não resolveu a questão das reformas no país. Ela defendeu uma Constituinte exclusiva para as grandes reformas, como a política e a tributária, criticou a saúde e defendeu a redução da jornada de trabalho.

A candidata censurou ainda a postura do presidente Lula, que elogiou a candidata petista ao Palácio do Planalto Dilma Rousseff. “O exemplo tem que vir do alto. Sou muito favorável que quanto mais amigo do rei, mais alta é a forca. Não é o fato de ser mais ou menos aceito pela população que nos dá o direito de extrapolar a legislação eleitoral”, avaliou.

Marina rebateu ainda a crítica feita mais cedo pelo deputado federal e relator da Comissão Especial do Código Florestal, Aldo Rebelo (PCdoB), ao empresário e vice da candidata, Guilherme Leal, por suposto desmatamento ilegal. “O que o deputado não pode fazer é usar isso com justificativa para o estelionato ambiental que estão querendo fazer com a reforma do Código Florestal”, disse. (DA)

O exemplo tem que vir do alto. Sou muito favorável que quanto mais amigo do rei, mais alta é a forca”

Marina Silva, candidata do PV ao Planalto