Os números de trabalhadores com carteira assinada na construção civil não param de crescer. De acordo com os últimos dados divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, o segmento já registrou recorde de 3 milhões de trabalhadores formais. Apenas considerando o mês de junho, o segmento contratou cerca de 37 mil funcionários, número 1,25% maior que em maio. No primeiro semestre, aproximadamente 196 mil pessoas conseguiram emprego.
Mesmo com as ameaças externas, vemos que nosso segmento continua oferecendo vagas e crescendo, por conta das obras já contratadas, mesmo com a diminuição no ritmo das vendas dos novos imóveis. Sem dúvida o setor da construção desempenhará papel muito importante para o Brasil manter seu desenvolvimento.
Com as novas contratações, a construção brasileira empregou até o fim de junho cerca de 3 milhões trabalhadores com carteira assinada. Destes, cerca de 1,5 milhão estavam no Sudeste; 634.247 no Nordeste; 421.833 no Sul; 237.357no Centro-Oeste e176.213 no Norte. A construção contratou 4.800 trabalhadores em junho (+0,62%), no Estado de São Paulo. No semestre, foram contratados mais 45 mil (+6,02%) e em 12 meses mais 49 mil (+6,61%) no Estado.
Ainda de acordo com os dados do Sinduscon, no fim do primeiro semestre, as empresas paulistas já somavam 792.948 empregados com carteira assinada. Entretanto, regiões como Santo André, São José dos Campos e Presidente Prudente apresentaram queda no nível de emprego no segmento.
No ano passado, muita gente conseguiu trabalho e o Brasil registrou a menor taxa de desemprego desde 2002, ficando em 6,7%. Em Porto Alegre, a taxa foi a mais baixa, 4,5%. Em Belo Horizonte foi de 5,5% e no Rio de Janeiro, 5,6%. Em São Paulo, a taxa foi de 7%. As capitais do Nordeste, como Recife com 8,7%, e Salvador com 11%, continuam com números bem acima da média nacional. Índice de desemprego de 6%, para os especialistas, já pode ser considerado como contexto de pleno emprego. E vemos que esses números vêm se mantendo relativamente estáveis.
MAIS QUALIFICAÇÃO – O mercado de trabalho brasileiro está passando por uma dicotomia: em alguns locais vemos a falta da mão de obra qualificada, enquanto em outros observamos trabalhadores sem qualificação adequada sem emprego. A questão da qualificação é fundamental para darmos salto de qualidade no potencial humano dos nossos trabalhadores e imprescindível para uma situação de pleno emprego.
Assim, além dos acidentes causados pela falta de preparo dos profissionais no canteiro de obras, a qualificação pode ajudar a aumentar lucros e gerar renda, nos mais diversos nichos da economia e, em especial, no comércio. Temos longo caminho para percorrer neste sentido. As pessoas trabalham tanto e às vezes nem param para pensar que poderiam otimizar processos, reduzir custos e ter uma visão mais ampla para o futuro. Por isso, repito: a questão da qualificação profissional é muito importante para o setor da construção civil.
O nosso setor está preocupado com as mudanças do mercado e com a influência internacional em nosso negócio e a qualificação tem se mostrado o instrumento mais eficiente para traduzir essa realidade em prática. Neste sentido, a indústria e o comércio de material de construção vêm adquirindo tanta importância no mercado, que passaram, inclusive, a ser uma escolha de profissionais de outros setores, o que vem somar aos nossos conhecimentos já adquiridos.
Estamos trabalhando para mostrar aos lojistas e ao consumidor que quanto menor a qualificação profissional, maior o prejuízo ao fim do processo. Investir em conhecimento sempre é garantia de retorno. Quero lembrar o que sempre afirmei sobre nosso ramo: temos a capacidade de gerar círculo virtuoso de emprego e renda, que significam melhores condições de vida para toda população. Com investimento em conhecimento, certamente estamos amplificando nosso poder multiplicador de postos de trabalho e proporcionando à sociedade a oportunidade de mais desenvolvimento. Só assim conseguiremos reduzir acidentes e contribuir com a otimização dos serviços que envolvem a construção e toda a cadeia produtiva. No Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo federal, entidade da qual faço parte, estamos discutindo com bastante ênfase esta questão.