NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Renda entre R$ 1,2 mil e R$ 1,8 mil, décimo quarto salário, desconto de transporte de apenas 3%, café da manhã e almoço grátis e sem necessidade de formação superior. Achou a proposta de trabalho interessante? Pois estas são as vantagens de uma classe de trabalhadores que até pouco tempo associada à má remuneração e trabalho pesado, mas emerge como a nova classe média cuja profissão é disputada no mercado: os pedreiros. Para a Fundação Getúlio Vargas, se considera classe C famílias com renda mensal de R$1.126 a R$4.854;

Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), a remuneração média desses trabalhadores subiu de R$ 635 para R$ 680 entre os primeiros semestres de 2009 e 2010, um crescimento de 7,1%. Porém, a realidade do mercado é outra, de acordou com o presidente da Cooperativa da Construção Civil (Coopercon), Otacílio Valente, “mesmo com salários em torno de R$ 1,5 mil podendo chega a R$ 1,8 mil, as empresas brigam por trabalhadores”.

Pedreiro e pintor, Francisco Mansueto, também conhecido como Neném, ressalta que de um ano pra cá, os ganhos e a oferta de trabalho melhoraram significativamente. Mesmo trabalhando como autônomo e na maioria das vezes em reforma de casas, afirma ganhar em média R$ 1,2 mil. “Se eu fico parado é no máximo cinco dias, só o tempo de esperar o material chegar. Começo do ano passado, passei de 20 dias sem trabalhar”, afirma.

A explicação para esta valorização é que a demanda por novas construções vem crescendo de forma contínua devido ao bom momento da economia, enquanto a formação de mão de obra não acompanha o mesmo ritmo. “Esses profissionais não são formados de maneira regular, aprendem na prática e em velocidade inferior à necessidade de mercado”, diz Valente. “Isso gera uma briga entre construtoras e empresas de terceirização, e essa prática não é boa, porque não fideliza o funcionário”.

“Apesar de muita gente não dar o devido valor, a construção civil tem salários muito atraentes, superiores aos de atividades administrativas”, avalia. Segundo Valente, isto faz com que algumas empresas busquem pedreiros no Interior e façam anúncios em carros de som.

Outra iniciativa é unir empresas para capacitar a mão de obra disponível. A Coopercon, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Sindicato das Empresas de Construção Civil (Sinduscon), deve qualificar 1,5 mil profissionais de 30 empresas de prestação de serviços associadas.