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Desemprego cai para 6,4% no 3º trimestre, recorde na série do IBGE

Desemprego cai para 6,4% no 3º trimestre, recorde na série do IBGE

Economia

Desocupação está abaixo de 3% em três estados do país e dez estados registraram as menores taxas de desocupação de suas séries históricas no 3º trimestre

por Lucas Toth

O mercado de trabalho segue aquecido, conforme aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta (22) pelo IBGE. O estudo traz uma ótima notícia para o país: a taxa de desocupação no terceiro trimestre do ano caiu 0,5 ponto percentual, atingindo 6,4%.

Esse é o menor patamar para o período desde o início da série histórica, em 2012, e está 1,3 ponto percentual abaixo dos 7,7% registrados no mesmo trimestre de 2023.

A taxa de desocupação, também chamada de taxa de desemprego, caiu em sete unidades da federação no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. Nas outras 20, a taxa manteve-se estável.

O avanço reflete um movimento positivo no mercado de trabalho, com a criação de mais de 400 mil novas vagas, especialmente nos setores de indústria e serviços. Entre as 27 unidades da federação, 7 registraram diminuição no desemprego, enquanto as outras 20 não apresentaram variações significativas no índice.

Outro destaque da PNAD Contínua foi a redução na taxa de desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos, que passou de 14,3% no segundo trimestre para 13,4% no terceiro. Apesar de ainda estar acima da média nacional, esse é o menor índice desde 2013, indicando que mais de 2 milhões de brasileiros nessa faixa etária encontraram trabalho.

As demais faixas etárias também apresentaram resultados positivos. A desocupação entre pessoas de 25 a 39 anos chegou a 5,9% (antes, 6,3%) e entre 40 a 59 anos, 4,1% (antes, 4,6%). O menor valor foi observado na faixa acima dos 60 anos, com apenas 3,0% (antes, 3,1%).

Entre os Estados, a maior queda foi registrada na Bahia, onde a taxa recuou 1,4 ponto percentual, passando de 11,1% no segundo trimestre para 9,7% no terceiro trimestre. Os outros seis locais com queda foram Rondônia (-1,2 ponto percentual, ao passar de 3,3% para 2,1%), Rio de Janeiro (-1,1 ponto percentual, ao passar de 9,6% para 8,5%), Mato Grosso (-1 ponto percentual, ao passar de 3,3% para 2,3%), Pernambuco (-1 ponto percentual, ao passar de 11,5% para 10,5%), Rio Grande do Sul (-0,8 ponto percentual, ao passar de 5,9% para 5,1%) e Santa Catarina (-0,4 ponto percentual, ao passar de 3,2% para 2,8%).

Apesar da queda, Pernambuco continua sendo o estado com maior taxa de desemprego. Rondônia apresentou a menor taxa. A taxa de desemprego nacional, divulgada no fim de outubro, recuou para 6,4% no terceiro trimestre, inferior ao observado no segundo trimestre deste ano (6,9%) e no terceiro trimestre de 2023 (7,7%).

Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a taxa de desemprego recuou em 13 unidades da federação, com destaque para o Amapá (com queda de 4,3 pontos percentuais, ao passar de 12,6% para 8,3%), Bahia (-3,6 pontos percentuais, ao passar de 13,3% para 9,7%) e Pernambuco (-2,7 pontos percentuais, ao passar de 13,2% para 10,5%).

As outras 14 unidades da federação apresentaram estabilidade da taxa na comparação com o terceiro trimestre de 2023.

VERMELHO

Desemprego cai para 6,4% no 3º trimestre, recorde na série do IBGE

Desemprego cai para 6,4% no 3º trimestre, recorde na série do IBGE

O trabalhador voltou à cena política?

O fim da escala 6×1 por estar recolocando a relação capital-trabalho no centro da organização e da luta política dos trabalhadores.

Graça Druck e Luiz Filgueiras

FonteA terra é Redonda

Otrabalhador voltou à cena política. E não voltou de forma partida, fragmentada. O trabalhador voltou à cena política como classe social, que unifica todos os seus segmentos, independentemente de sua identidade específica. E mais, voltou nas redes sociais e nas ruas, mobilizados na luta pela redução da jornada de trabalho, que interessa a todas as categorias de trabalhadores: pobres e remediados, negros e brancos, homens e mulheres, hetero e homossexuais etc.

O responsável direto por isso, e que deu partida a essa mobilização, é o Movimento “Vida Além do Trabalho” (VAT), iniciado pelo vereador do Rio de Janeiro Rick Azevedo, o mais votado do PSOL na recente eleição municipal, e que teve adesão imediata nas redes sociais e apoio nas ruas. Com base em sua própria experiência, de “viver para trabalhar”, de forma exaustiva e precária, surgiu a iniciativa de uma petição online que já reuniu três milhões de assinaturas e, em parceria com a deputada do PSOL, Érika Hilton, foi elaborada uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) alterando a jornada de seis dias de trabalho (48 horas por semana como limite máximo) por um de descanso, para quatro dias de trabalho (36 horas por semana como limite máximo) por três de descanso – sem redução do salário.

Os benefícios para todos os trabalhadores brasileiros é evidente: a adoção de uma jornada 4×3 trará melhoria significativa na qualidade de vida dos trabalhadores, que terão mais tempo para descanso, convívio familiar e lazer, contribuindo para a saúde física e mental dos mesmos – ao reduzir o estresse e o cansaço acumulado. Também vai lhes possibilitar aperfeiçoamento e qualificação profissional.

Do ponto de vista das empresas, ela reduzirá a alta rotatividade da força de trabalho associada, entre outras razões, à insatisfação dos empregados com a existência de jornadas de trabalho extenuantes. Com isso, o número de demissões será reduzido, com economia de treinamentos e substituições frequentes. Adicionalmente, impactará positivamente a criação de mais empregos e o aumento de produtividade, conforme constatado em países, como a Inglaterra, Alemanha e a Espanha, que reduziram suas jornadas.

A luta pela redução da jornada de trabalho é uma luta histórica da classe trabalhadora, desde os tempos da primeira Revolução industrial, nos séculos XVIII e XIX, quando se trabalhava até 16 horas por dia todos os dias, inclusive com o uso do trabalho infantil. Um dos momentos mais marcantes dessa luta ocorreu no dia 1º de Maio de 1886, na cidade de Chicago nos EUA, quando milhares de trabalhadores foram às ruas, com a paralisação dos serviços em protesto por melhores condições de trabalho, sobretudo a redução de jornada de trabalho para 8 horas por dia. A resposta do Estado foi uma violenta repressão aos manifestantes, dando origem ao 1º de maio como o dia dos trabalhadores.

Aos poucos, tendo como determinante fundamental a mobilização e luta dos trabalhadores, essa jornada foi se reduzindo e chegou no início do século XX nos países centrais do capitalismo, a uma jornada diária de oito horas de trabalho, com um total de 48 horas na semana. Isso ocorreu e foi legitimado pela Primeira Convenção da OIT assinada em 1919.

Entretanto, na atualidade, as transformações tecnológicas e na organização do trabalho no capitalismo financeirizado contemporâneo, que tem a precarização do trabalho no seu centro dinâmico, trouxeram de volta as jornadas extenuantes e desumanas, como é o caso mais evidente dos trabalhadores de plataformas.

No Brasil, a jornada de trabalho de oito horas diárias foi instituída apenas em 1932 e inscrita na Constituição de 1934, com seis dias de trabalho; portanto, há 92 anos. A CLT, criada em 1943, e restrita então aos trabalhadores urbanos, incorporou a jornada de 48 horas semanais, juntamente com o estabelecimento de um conjunto de direitos trabalhistas e outros que vieram a ser estabelecidos posteriormente (salário-mínimo, décimo-terceiro salário, férias remuneradas, aposentadoria, seguro-desemprego etc.).

Na Constituição de 1988, apesar do movimento sindical ter defendido uma jornada de 40 horas semanais, a jornada de trabalho foi reduzida para 44 horas. No entanto há inúmeras brechas na legislação que, na prática, possibilita burlar esse limite, como a escala 6×1 – vigente, principalmente, nos setores de comércio e serviços.

Tanto no Brasil, como nos países centrais do capitalismo, a luta pela redução da jornada de trabalho sempre foi árdua. A burguesia, e seus porta-vozes, em todas as ocasiões resistiram fortemente a qualquer iniciativa nessa direção, pintando um quadro caótico para a economia, prevendo o aumento dramático do desemprego e, até mesmo, vislumbrando o surgimento de uma “classe de vagabundos”.

Nunca é demais recordar que, no Brasil, os grandes proprietários de terra e de escravos, quando da eminência da abolição da escravidão, se comportaram desse mesmo modo, prevendo o fim da produção cafeeira e uma debacle da economia nacional. O mesmo ocorreu mais recentemente, com a extensão da legislação trabalhista às empregadas domésticas. Evidentemente, como a história demonstrou, nenhum desses vaticínios se concretizou.

Na conjuntura atual do capitalismo financeirizado, os argumentos da direita neoliberal e da extrema direita neofascista, contra a redução da jornada de trabalho, continuam basicamente os mesmos: a economia brasileira não vai suportar, o pequeno capitalista vai “quebrar”, o desemprego vai explodir, os preços dos bens e serviços vão subir e a PEC proposta, que já conseguiu mais de 200 assinaturas dos deputados é coisa de vagabundo.

Desde o início da década de 1990, com a constituição do padrão de desenvolvimento liberal-periférico no Brasil, a relação capital-trabalho se alterou profundamente, com o aumento do desemprego estrutural e enfraquecimento dos sindicatos, uma maior precarização do trabalho e a instituição de um processo de desregulação dessa relação em prejuízo das condições de trabalho (jornada e remuneração) e de redução dos direitos trabalhistas, a exemplo da reforma trabalhista de 2017.

Em suma, a prevalência de uma correlação de forças política desfavorável aos trabalhadores, implicou o surgimento de novas formas de superexploração do trabalho (característica estrutural do capitalismo dependente brasileiro), como a que estão submetidos os trabalhadores das plataformas digitais – cujas empresas chegam ao paradoxo de negarem a existência da relação capital-trabalho.

No último dia 15 de novembro, foram realizadas manifestações em vários estados do Brasil, chamadas pelo movimento Vida Além do Trabalho e outras organizações, tendo por bandeira central o fim da escala 6×1, ou seja, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário. Foi uma primeira iniciativa nacional de manifestar nas ruas a campanha que já vinha ocorrendo pelas redes e localizadamente nas ruas de algumas cidades, como Rio de Janeiro, onde nasceu o movimento. Uma mobilização que passou a pautar os noticiários, a imprensa corporativa, os diversos canais de redes sociais, os partidos e sindicatos.

A campanha – nas redes e nas ruas – obteve a adesão dos partidos de esquerda, de lideranças sindicais e de movimentos sociais, que parecem ter redescoberto a centralidade dessa luta para o conjunto dos trabalhadores brasileiros. A experiência do VAT – Vida Além do Trabalho – enquanto um movimento social por melhores condições de trabalho para além do espaço sindical, presente nos bairros, nos locais de trabalho, nas redes, no parlamento, vem demonstrando uma vontade coletiva que pode ajudar a alterar a correlação de forças política no país, tendo por sujeito central desse processo, a classe trabalhadora – recolocando, dessa forma, o trabalho e os trabalhadores na cena política.

Mas isso veio para ficar, recolocando a relação capital-trabalho no centro da organização e da luta política dos trabalhadores, reorientando os rumos das esquerdas no Brasil? Ou estas, em sua maioria, continuarão olhando apenas a conjuntura imediata e apegada a uma “correlação de forças política” circunscrita apenas ao Parlamento e vista como uma fotografia, que impede ações e iniciativas que confrontem o capital e o neofascismo?

Graça Druck é professora titular do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Luiz Filgueiras é professor titular da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

DM TEM DEBATE

O trabalhador voltou à cena política?

Desemprego cai para 6,4% no 3º trimestre, recorde na série do IBGE

Brasileiros na Islândia descrevem rotina em país com jornada de trabalho reduzida: ‘Parei de só ver a vida passar’

Após teste bem-sucedido no setor público, grande parte dos trabalhadores do país nórdico conquistou o direito a semanas mais curtas, com 36 horas de serviço. Veja como funcionou.

Por Júlia Nunes, g1

O dia de trabalho do Pietro Pirani em uma agência de publicidade da Islândia começa por volta das 9h30. E, às 16h30, já “deu por hoje”, brinca o brasileiro, que vive no país europeu há dois anos.

Por lá, grande parte dos moradores trabalha em um regime de, no máximo, 36 horas semanais, seguindo regras normalmente definidas em negociação coletiva com os sindicatos de cada categoria.

Na prática, essa jornada permite que muitos empregados que trabalharam oito horas por dia no restante da semana tenham sextas-feiras mais curtas, com apenas quatro horas de serviço.

Distribuir igualmente as 36 horas ao longo de cinco dias (7h12 por dia) também é uma possibilidade, assim como tirar um dia inteiro de folga a cada duas semanas, exemplificou o próprio Ministério dos Assuntos Sociais e do Trabalho da Islândia ao g1.

“No Brasil, eu via a vida passando durante a semana e, no fim de semana, tinha que escolher entre descansar ou fazer alguma coisa. Aqui, a gente consegue fazer coisas mesmo durante a semana, depois do trabalho. Eu parei de só ver a vida passar”, conta Pietro.

Essa realidade começou a ganhar espaço no país em 2015, quando um experimento testou a redução da jornada de trabalho, sem diminuição de salário, com funcionários públicos do governo da Islândia e da Câmara Municipal da capital Reykjavik.

O objetivo era avaliar se reduzir o tempo de serviço poderia aumentar a produtividade dos trabalhadores islandeses, considerada menor do que em vários países vizinhos, onde se trabalha menos horas.

A brasileira Miriam Guerra Massom, que está há 21 anos na Islândia, participou do teste quando trabalhava no Departamento de Imigração do país.

“O serviço diminuiu de 40 para 36 horas por semana. Na sexta-feira, o atendimento ao público passou a fechar mais cedo. Mas, em outros setores, não era uma coisa marcada, a gente que decidia quando ia sair antes, só tinha que avisar com antecedência”, conta.

➡️ Leia mais abaixo sobre a experiência dos brasileiros na Islândia.

O experimento foi um “sucesso esmagador”, descreve um estudo publicado em 2021 pelo instituto The Autonomy, do Reino Unido, que faz pesquisas sobre o futuro do trabalho pelo mundo, após analisar os resultados do teste.

  • 💼 Conforme o relatório, a produtividade e a prestação de serviços na Islândia permaneceram iguais ou melhoraram na maioria dos locais que reduziram a jornada de trabalho.
  • 👨‍👩‍👧‍👧 Já o bem-estar dos funcionários aumentou significativamente, com menos estresse e melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

O programa, então, serviu de trampolim para que vários sindicatos, inclusive no setor privado, conquistassem o direito à jornada reduzida para aproximadamente 86% dos trabalhadores da Islândia, diz o estudo.

Impactos da jornada reduzida

Em outubro deste ano, o instituto The Autonomy publicou uma nova análise do mercado de trabalho na Islândia, discorrendo sobre os impactos da jornada reduzida a longo prazo.

O relatório destaca que a produtividade do trabalho no país teve um aumento anual de 1,5% nos últimos cinco anos, o maior dos países nórdicos, segundo a Comissão de Estatísticas do Mercado de Trabalho.

Diz ainda que a economia permaneceu forte, com baixas taxas de desemprego e um crescimento significativo apoiado pelo turismo e pela abundância de energias renováveis.

No entanto, reconhece que, mesmo com os direitos conquistados nos acordos trabalhistas, nem todo mundo conseguiu, de fato, reduzir o tempo de serviço.

Dados coletados por um instituto da Universidade da Islândia para o Ministério do Trabalho do país apontaram que, entre 2021 e 2022, 36% dos trabalhadores islandeses ainda atuavam mais de 41 horas semanais, sendo que 9% trabalhavam mais de 51 horas, especialmente no âmbito privado, em setores como hotelaria, indústria alimentícia, pesca e agricultura, e transporte.

Além disso, apesar de a redução da jornada não ter gerado impacto financeiro em alguns casos, devido aos ganhos de produtividade, em vários locais de trabalho, a mudança trouxe novas despesas com contratação de mão de obra, diz o estudo.

“Mas penso que [o cenário na Islândia] tem sido realmente promissor, semelhante ao que temos visto em outros países, como o Reino Unido e outras partes da Europa”, afirma Jack Kellam, diretor de operações do instituto The Autonomy.

“Muitas vezes, as pessoas nos negócios ou em outras partes da economia são céticas porque a redução de jornada poderia causar problemas econômicos. Não me parece ter sido o caso na Islândia. A economia está muito bem. As pessoas parecem felizes, tanto em termos de empregadores como de trabalhadores”, completa.

✈️ Brasil → Islândia

Tanto Pietro Pirani quanto Miriam Massom não foram à Islândia por causa do trabalho, especificamente. Miriam mudou-se porque começou a namorar um islandês, que conheceu quando ele fazia intercâmbio em Porto Alegre (RS), sua cidade natal.

Já Pietro deixou o Brasil em 2016 para morar na Alemanha e, depois, no Reino Unido. Em 2022, decidiu, enfim, realizar o sonho de viver no país gelado com a família.

Para o brasileiro, a jornada de trabalho reduzida possibilita mais tempo com o filho pequeno e com a esposa, Kellen Bull, que tem uma agência de turismo. Ele também consegue garantir uma renda extra como fotógrafo, principalmente com ensaios na aurora boreal.

Pietro conta que, na agência de publicidade onde trabalha, as prioridades são bastante diferentes do que ele via no Brasil, até para os patrões.

“A gente sabe que o mundo não vai acabar se não subir a campanha naquele dia. No Brasil, o cliente sempre tem razão, mas aqui, nem sempre. A agência sabe que pode falar ‘não’ porque tem toda uma cultura. No Brasil, se a agência falar ‘não’, talvez o cliente vá procurar outra empresa”, diz.

“Se o filho do meu chefe está doente, ele já me avisa que vai trabalhar de casa, ou só no período da manhã. Qualquer coisa que você precise em relação à família, seu trabalho não vai atrapalhar, você não vai ficar devendo horas, nem nada”, complementa.

Para Miriam, é mais difícil comparar o mercado de trabalho brasileiro com o da Islândia, já que ela se mudou para o país europeu aos 23 anos. Formada em direito, ela conta que teve dificuldades para começar a atuar na área jurídica, já que não falava o idioma local.

Então, Miriam trabalhou por anos na educação infantil e ajudava brasileiros com questões legais na Islândia, até conseguir o emprego no setor de imigração. Hoje, ela atua no Conselho Tutelar da Infância e Juventude de Reykjavik, com jornada de 36 horas semanais, e também divide o tempo da rotina com o marido e os filhos.

Segundo a brasileira, uma coisa que sempre lhe chamou a atenção no mercado de trabalho islandês é a valorização dos profissionais mais velhos, pelo respeito à sua experiência de vida, e das mulheres.

“Já vi muitas amigas brasileiras comentando que, em entrevistas de emprego, perguntavam se elas pretendiam ter filhos. Muitos não queriam contratar, por causa da licença-maternidade. Aqui não tem esse problema porque a licença-paternidade é igual.”

Miriam e Pietro também destacam que, apesar da flexibilidade de horários e da boa remuneração pelo trabalho na Islândia, o custo de vida no país é muito alto. “A gente costuma dizer que é necessário ter duas pessoas trabalhando dentro de casa para viver legal”, finaliza Pietro.

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/11/25/brasileiros-na-islandia-descrevem-rotina-em-pais-com-jornada-de-trabalho-reduzida-parei-de-so-ver-a-vida-passar.ghtml

Dia da Consciência Negra

Dia da Consciência Negra

No Brasil, a população negra representa 56,7% da sociedade, mas ainda enfrenta desigualdades alarmantes no mercado de trabalho. Mulheres negras ganham, em média, 38,9% menos que mulheres não negras e 20,3% menos que homens negros. Além disso, 45,6% delas trabalham na informalidade, sem carteira assinada ou acesso à Previdência.

A taxa de desemprego entre a população negra é de 10,1%, muito acima dos 6,3% registrados entre não negros. Apesar disso, a população negra ocupa apenas 33% dos cargos de gerência e direção no país.

A Nova Central Sindical de Trabalhadores reforça o compromisso de lutar por igualdade no mercado de trabalho, valorizando cada trabalhador e trabalhadora, combatendo a desigualdade e promovendo dignidade para todos. Juntos, podemos mudar essa realidade.

Desemprego cai para 6,4% no 3º trimestre, recorde na série do IBGE

Após críticas, ministro do Trabalho sinaliza apoio ao fim da escala 6×1

Mercado de trabalho

No início da semana, por meio de nota, a pasta havia defendido que o assunto fosse tratado por meio de acordos coletivos entre empregadores e empregados

Marinho destacou que “a jornada de 44 horas de trabalho é perversa e cruel com os trabalhadores, principalmente, para as mulheres” – (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A necessidade de mudança na jornada de trabalho dos brasileiros também está repercutindo entre ministros do Governo Lula. O ministro do Trabalho e Emprego do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, mudou de tom ao declarar que vê com “grande simpatia” a proposta que acaba com a escala de seis dias de trabalho para um de descanso.

No início da semana, por meio de nota, a pasta havia defendido que o assunto fosse tratado por meio de acordos coletivos entre empregadores e empregados, modelo de negociação que enfrenta desafios e é alvo de críticas. Agora, Marinho parece ter ensaiado uma mudança de discurso. “Eu sou plenamente favorável a acabar com essa jornada de trabalho, que pode ser com uma PEC (proposta de emenda à constituição), mas com responsabilidade”, disse.

Em visita à Câmara de Assuntos Trabalhistas e Sindicais da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fesaúde/SP), Marinho destacou que “a jornada de 44 horas de trabalho é perversa e cruel com os trabalhadores, principalmente, para as mulheres”. O chefe da pasta defendeu “a necessidade do fortalecimento da negociação coletiva” entre sindicatos e trabalhadores nos setores que funcionam 24h, como o da saúde.

A repercussão sobre o tema também chegou ao G20 Social, evento paralelo que antecede a Cúpula do G20 — reunião de líderes das 19 principais economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana, que acontece no Rio de Janeiro.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, manifestou apoio à PEC em participação na última quinta-feira. Ela defendeu o amadurecimento do debate e afirmou que a diminuição da carga horária trabalhista semanal é uma medida que beneficia em especial as mulheres.

O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, se conteve em dizer que o “debate está no Congresso Nacional, ainda não foi discutido no núcleo do governo”. Ele foi questionado sobre o tema no Civil Society 20 (C20), um dos principais braços sociais do G20, que visa assegurar que os líderes mundiais estejam atentos às recomendações e demandas da sociedade civil organizada.

Na defensiva, Macêdo ainda tentou desvincular o posicionamento do governo federal com as declarações do ministro do trabalho. “O ministro Marinho já se pronunciou no ambiente dele, mas não foi discutido ainda. Vamos aguardar a posição que o Congresso vai encaminhar para a gente poder discutir no núcleo do governo”, afirmou.

CORREIO BRAZILIENSE

https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2024/11/6989760-apos-criticas-ministro-do-trabalho-sinaliza-apoio-ao-fim-da-escala-6×1.html