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União reconhece competência dos auditores fiscais do trabalho para interditar estabelecimentos e embargar obras

União reconhece competência dos auditores fiscais do trabalho para interditar estabelecimentos e embargar obras

Procedimento dispensará autorização do superintendente regional do trabalho

A ministra Maria Helena Mallmann, do Tribunal Superior do Trabalho, homologou uma manifestação em que a União reconhece a competência dos auditores fiscais do trabalho para interditar estabelecimentos e embargar obras que violam normas de saúde e segurança do trabalho, sem necessidade de autorização do superintendente regional do trabalho. A homologação tem abrangência nacional e resultou de uma ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Desvirtuamento de competência

Na ação, o MPT sustentava que havia incerteza jurídica sobre o tema, em razão da incompatibilidade entre o artigo 161 da CLT – que atribui essa competência aos superintendentes regionais do trabalho – e a Convenção 81 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Constituição Federal e os  princípios que regem o direito do trabalho. Diante dessa incerteza, alguns superintendentes regionais estariam centralizando a competência, impedindo os auditores fiscais de interditar máquinas e embargar obras quando constatassem situação de grave risco para a saúde ou a segurança do trabalhador.

Para o MPT, o superintendente não seria a pessoa mais indicada para essa competência, “até por não dispor de conhecimento técnico especializado sobre algumas matérias e por não ser pessoa concursada nos quadros da administração”.

O pedido foi julgado procedente pelo Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, que entendeu que, segundo a Convenção 81 da OIT, ratificada pelo Brasil, os agentes responsáveis pela fiscalização, em campo, das condições do meio ambiente de trabalho (no caso, os auditores fiscais) têm competência para eliminar as inseguranças que constatarem. O TRT também determinou que a União adaptasse, em seis meses, as normas que disciplinam a inspeção do trabalho, de modo a dar eficácia à sua decisão, e a se abster de praticar atos de ingerência, por meio dos superintendentes regionais ou outros cargos de chefia, nos atos administrativos de interdição e embargos realizados por auditores fiscais do trabalho.

Acordo

O recurso foi incluído na pauta de julgamento da Segunda Turma do TST de 13/3/2024. Um dia antes da sessão, porém, a União apresentou uma petição em que reconhecia a competência dos auditores fiscais do trabalho e pedia a extinção do processo.

Em 2023, a União e o MPT firmaram um acordo (Acordo de Cooperação Técnica 1/2023) que  essencial para esse resultado. O reconhecimento dos pedidos do MPT pela União resultou em uma homologação judicial que permite aos auditores fiscais do trabalho agir autonomamente para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores. Com isso, fica proibida a interferência dos superintendentes regionais do trabalho ou de outros cargos de chefia no Ministério do Trabalho e Emprego nessas decisões, garantindo, na prática, maior autonomia aos auditores fiscais e mais agilidade nas suas ações.

Ao examinar o pedido, a ministra Maria Helena Mallmann concluiu que a submissão da União ao pedido do MPT privilegia o interesse público e, portanto, é viável sua homologação.

(Bruno Vilar/CF)

Processo: RR-10450-12.2013.5.14.0008

Tribunal Superior do Trabalho
secom@tst.jus.br

https://tst.jus.br/web/guest/-/uni%C3%A3o-reconhece-compet%C3%AAncia-dos-auditores-fiscais-do-trabalho-para-interditar-estabelecimentos-e-embargar-obras%C2%A0

União reconhece competência dos auditores fiscais do trabalho para interditar estabelecimentos e embargar obras

Endividamento das famílias chega a 78,8%, maior nível desde maio

Pesquisa da CNC mostra que a demanda por crédito continua crescente, à medida em que as taxas de juros e outras condições estabilizam a inadimplência

Henrique Fregonasse

O número de famílias brasileiras endividadas atingiu, em maio, o maior nível desde novembro de 2022, com 78,8%. Segundo a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), maio foi o terceiro mês seguido, no ano, com crescimento da taxa — março apresentou 78,1% e abril, 78,5%.

O endividamento de que trata a pesquisa engloba as dívidas a vencer (cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa), não se tratando de pagamentos atrasados. Segundo o estudo, as famílias continuam aumentando sua demanda por crédito e aproveitando o menor custo com juros e a maior oferta de crédito.

A pesquisa mostrou que o saldo das operações de crédito para pessoas físicas aumentou 0,8% em abril de 2024, de acordo com o Banco Central, enquanto o crescimento acumulado em 12 meses acelerou de 8,6% em março para 8,9% em abril. Em relação às modalidades de crédito, o cartão de crédito foi a mais utilizada pelas famílias (86,9%) em maio de 2024, mesmo apresentando retração de 0,4% em relação ao mesmo mês de 2023 e de 0,2% em relação a abril de 2024. Carnês (16,2%) e crédito pessoal (9,8%) também foram destaques entre os fatores para o endividamento.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, conta que maio apresentou o menor valor da série histórica (desde 2010) de uso do cheque especial (3,9%), o que mostra uma utilização mais responsável do crédito. “Isso mostra que, quando a família tem uma ‘dor de barriga’, precisa, às vezes, de um crédito para resolver um problema pontual, ela tem trocado instrumentos mais caros — como o cheque especial — por modalidades mais vantajosas — como um crédito consignado e crédito pessoal”, sinaliza.

Para ele, os hábitos das famílias brasileiras com relação ao crédito têm passado por grandes mudanças, motivadas pela bancarização da economia. “Nos últimos anos, o Brasil passou por um processo de bancarização. Teve todos os movimentos de open finance e isso levou toda a população para um mercado mais bancarizado. E toda essa transformação cultural dos últimos anos contribui para se ter mais endividamento. As pessoas pararam de transacionar dinheiro vivo”, comenta. “Houve muitas medidas que conseguiram popularizar e democratizar o acesso ao crédito e aos serviços bancários no Brasil — a vinda das fintechs, o crescimento dos bancos digitais, o uso do PIX e sua liberação no mercado bancário —, então a gente vê esse efeito nesse aumento de endividamento.”

Inadimplência

A Peic mostrou que a inadimplência — condição relativa às dívidas em atraso — se manteve estável em maio, repetindo o valor de 28,6% de abril e mostrando redução em relação a maio de 2023 (29,1%). O percentual de famílias que não terão condições de pagar dívidas foi ligeiramente menor que o de abril, caindo de 12,1% para 12%. Além disso, a pesquisa mostrou que 20,8% dos consumidores iniciaram o mês de maio com mais da metade da renda comprometida com dívidas.

O consultor de crédito, analista político-econômico e de estudos econométricos, João Paulo Travasso Maia, explica que o endividamento, por si só, não é um problema, mas pode acarretar em um acúmulo de dívidas que fuja do controle financeiro da família, caso ocorra sem planejamento prévio. “Se a pessoa vai pegar um crédito, um empréstimo pessoal para pagar alguma conta recorrente, por exemplo, água, luz ou telefone, para parcelar no cartão de crédito, são coisas que vão ocorrer todos os meses. Isso pode gerar um efeito ‘bola de neve’ que, aí sim, leva para a inadimplência. Esse é, realmente, o problema que a gente tem que tratar. O endividamento pode levar à inadimplência, mas vai depender muito do contexto em que aquela dívida está sendo feita e do contexto daquela pessoa”, ressalta.

Cuidados

As projeções da CNC trazidas pela pesquisa mostram que o endividamento das famílias deverá atingir os 80,4% até dezembro de 2024, enquanto a taxa de inadimplência (dívidas atrasadas) deverá se manter estável por alguns meses e aumentar mais próximo ao final do ano — batendo os 29,4% em dezembro. Frente a essas prospecções, João Paulo Travasso Maia chama atenção para alguns cuidados que devem ser tomados pelas famílias para evitar a inadimplência.

Para o economista, esse planejamento precisa começar pela organização da situação financeira, especialmente para pessoas já endividadas. “Se a pessoa já tem uma dívida, algum tipo de dificuldade, é importante que ela organize a sua situação financeira antes de contrair novas dívidas. Então, regularizar a situação financeira, abandonar gastos mais supérfluos e focar realmente no que você precisa para reconstruir a sua situação financeira. A partir disso, é importante você ter algum tipo de reserva de emergência, programar suas contas e ter na ponta do lápis, mesmo, o que você gasta, como você gasta, o quanto entra na sua casa, seja por uma pessoa só ou o conjunto da família toda. É importante você ter ciência da situação financeira, pagar as dívidas que já existem, ‘limpar’ o seu nome e deixar tudo certinho. E, a partir daí, você construir uma reserva de emergência e conseguir ter esse melhor relacionamento com o mercado para contrair novas dívidas”, indica.

*Estagiário sob supervisão de Edla Lula

CORREIO BRAZILIENSE

https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2024/06/6883406-endividamento-das-familias-chega-a-788-maior-nivel-desde-maio.html

União reconhece competência dos auditores fiscais do trabalho para interditar estabelecimentos e embargar obras

Refugiados têm poucas chances no mercado de trabalho do Brasil, diz pesquisa

Segundo levantamento, cerca de 55% das pessoas refugiadas que estão trabalhando não atuam em suas áreas de formação ou experiência

Fernanda Strickland

Um dos principais desafios dos refugiados é encontrar oportunidade de emprego em um novo país. As chances de contratações são mínimas, já que metade (55,7%) das pessoas deslocadas à força estão desempregadas e, dessas que trabalham, cerca de 16% atuam de maneira informal. Os dados estão no estudo “Mercado de Trabalho para Pessoas Refugiadas no Brasil”, realizado pela recrutadora Vagas.com.

A pesquisa aponta que cerca de 12% dos profissionais entrevistados foram eliminados de processos seletivos por serem pessoas refugiadas; 8% já foram demitidos por serem pessoas refugiadas; 55% estão sem emprego; e 16% estão trabalhando de maneira informal. Além disso, 55% das pessoas refugiadas que estão trabalhando não atuam em suas áreas de formação ou experiência e 41% das pessoas enfrentaram dificuldades para procurar emprego no Brasil.

Oportunidades

Porém, mesmo com os desafios do mercado de trabalho para muitos brasileiros e para pessoas em refúgio, dados mostram que as empresas nacionais estão se dedicando em abrir oportunidades para recrutar, capacitar, contratar e desenvolver esse grupo de maneira formal e legalizada.

Com quase 700 pessoas em refúgio em seu quadro de colaboradores, a líder Global de CX, Foundever, em parceria com o Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), recruta, capacita e oferece plano de desenvolvimento para este grupo que é composto por mães solo, 50+ e jovens entre outras minorias.

Segundo a diretora de recursos humanos da Foundever, Adriana Wells, a empresa trabalha com refugiados há quase 10 anos. “Nós notamos que precisávamos mudar o modelo de recrutamento conforme fomos recepcionando os refugiados na nossa companhia”, disse.

“Uma das coisas que fizemos foi garantir o recrutamento de maneira remota, já que isso permitiu que pudéssemos fazer o processo seletivo com os refugiados na fronteira, chegando ao Brasil, em diversos estados ou, até mesmo, na Venezuela. Essa forma de recrutar traz um pouco de segurança, porque eles estão com uma expectativa de ter uma estabilidade que seu país de origem não ofereceu e ter o recrutamento de maneira remota ajuda. Uma outra adaptação que nós fizemos é efetuar 100% do recrutamento no idioma de origem dele”, explicou Wells.

Desafio

No Brasil, a grande maioria das companhias ainda não investe na admissão e capacitação de refugiados como se espera, e os próprios gestores notam isso. A pesquisa “Mercado de Trabalho para Pessoas Refugiadas no Brasil” perguntou aos recrutadores se as empresas em que trabalham já promoveram programas de contratação de pessoas refugiadas e mais da metade (57,1%) disse que não.

Em contraponto, ao serem questionadas se as organizações que trabalham estavam capacitadas para contratar pessoas em refúgio, a grande maioria (71,4%) das pessoas recrutadoras disseram que sim. O estudo identificou que talvez haja capacidade em admitir, mas faltam ações para colocar isso em prática.

CORREIO BRAZILIENSE

https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2024/06/6884170-refugiados-tem-poucas-chances-no-mercado-de-trabalho-do-brasil-diz-pesquisa.html

União reconhece competência dos auditores fiscais do trabalho para interditar estabelecimentos e embargar obras

Diretora do BC dos EUA: juro deve cair se inflação e emprego caírem mais do que se espera

Na visão da presidente da distrital do Fed de São Francisco, o trabalho de levar a inflação à meta de 2% ainda não terminou

Por Gabriel Caldeira, Valor — São Paulo

A presidente do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) de São Francisco, Mary Daly, se mostrou cautelosa em discurso divulgado nesta segunda-feira (24). A diretora afirmou que o banco central americano precisa estar atento tanto à sua meta de inflação em 2% quanto ao objetivo de pleno emprego para cumprir o seu duplo mandato.

Para a dirigente, o mercado de trabalho americano segue sólido e não está mais sobreaquecido, mas a moderação recente pode se traduzir em uma taxa de desemprego mais alta em breve. “Neste momento, a inflação não é o único risco que enfrentamos. Precisaremos manter os olhos na inflação e pleno emprego enquanto trabalhamos para atingir nossas metas”, disse Daly, que tem direito a voto nas reuniões deste ano do comitê do Fed que decide sobre o rumo dos juros, o FOMC.

Se a inflação cair mais rapidamente do que se espera ou o mercado de trabalho surpreender negativamente nos Estados Unidos, os juros terão de diminuir, na visão da banqueira central. Por outro lado, se a inflação demorar mais a cair, eles terão de ser mantidos por um tempo maior. No cenário atual, de desaceleração lenta da inflação e mercado de trabalho robusto, o Fed poderá normalizar o rumo dos juros mais lentamente, segundo Daly.

Na visão da dirigente, o trabalho de levar a inflação à meta de 2% ainda não terminou, e a “irregularidade” dos dados em 2024 torna difícil definir se os Estados Unidos caminham, de fato, para um cenário sustentável de estabilidade de preços.

VALOR INVESTE

https://valorinveste.globo.com/produtos/investimento-no-exterior/noticia/2024/06/24/diretora-do-bc-dos-eua-juros-devem-cair-se-inflacao-e-emprego-cair-mais-do-que-se-espera.ghtml

União reconhece competência dos auditores fiscais do trabalho para interditar estabelecimentos e embargar obras

‘Focus’: mercado financeiro eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Expectativa para o crescimento do PIB dos analistas para este ano também subiu. Números foram divulgados pelo Banco Central.

Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Os analistas do mercado financeiro elevaram novamente as estimativas de inflação para este ano e para 2025.

As projeções constam do relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Banco Central (BC).

Para este ano, os analistas dos bancos elevaram a expectativa de inflação de 3,96% para 3,98%. Esse foi o sétimo aumento seguido no indicador.

O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia.

  • Com isso, a expectativa dos analistas para a inflação de 2024 se mantém acima da meta central de inflação, mas abaixo do teto definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
  • A meta central de inflação é de 3% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano.

Para 2025, a estimativa de inflação avançou de 3,80% para 3,85% na última semana. Essa foi a oitava alta seguida no indicador.

No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem, e também em 12 meses até meados de 2025.

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Produto Interno Bruto

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado avançou de 2,08% para 2,09%

  • O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
  • Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro continuou em 2%.

Taxa de juros

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa para a taxa básica de juros da economia brasileira para o final deste ano.

  • Atualmente, a taxa Selic está em 10,50% ao ano, após sete reduções seguidas promovidas pelo Banco Central.
  • Para o fechamento de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia continuou em 10,50% ao ano.
  • Com isso, o mercado segue prevendo que não haverá mais reduções da taxa Selic no restante deste ano.
  • Para o fim de 2025, o mercado financeiro manteve sua expectativa de 9,50%. Isso quer dizer que os economistas continuam estimando corte dos juros ano que vem.

Outras estimativas

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2024 subiu de R$ 5,13 para R$ 5,15. Para o fim de 2025, a estimativa avançou de R$ 5,10 para R$ 5,15.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção caiu de US$ 82 bilhões para US$ 81,8 bilhões de superávit em 2024. Para 2025, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 76,3 bilhões para US$ 76 bilhões.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões de ingresso. Para 2025, a estimativa de ingresso ficou estável em US$ 73 bilhões.

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/24/focus-mercado-financeiro-eleva-estimativa-de-inflacao-para-2024-e-2025.ghtml

União reconhece competência dos auditores fiscais do trabalho para interditar estabelecimentos e embargar obras

PIB da Argentina recua 5,1% no 1º trimestre e país entra em recessão técnica

Os meses de janeiro a março marcam o primeiro trimestre completo do governo de Javier Milei. Presidente da Argentina tomou posse em dezembro e anunciou uma série de medidas para cortar gastos e atingir o déficit fiscal zero (ter gastos iguais à arrecadação).

Por André Catto, g1

O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina recuou 5,1% no 1º trimestre em comparação com o mesmo período de 2023, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país nesta segunda-feira (24).

Em relação ao último trimestre do ano passado, o PIB argentino encolheu 2,6%, marcando a segunda queda trimestral consecutiva.

Com o resultado, a economia argentina entrou em recessão técnica — quando a atividade econômica de um país cai por dois trimestres seguidos.

Os meses de janeiro a março marcam o primeiro trimestre completo do governo de Javier Milei. O presidente da Argentina tomou posse em dezembro, após uma campanha com promessas de corte de gastos e déficit fiscal zero (ter gastos iguais à arrecadação).

O país já vinha enfrentando uma forte recessão econômica, e o ajuste fiscal permitiu, no primeiro trimestre deste ano, o primeiro superávit desde 2008.

Após assumir o cargo, Milei determinou a paralisação de obras federais e a interrupção do repasse de dinheiro para os estados, com o intuito de reduzir os gastos públicos.

Além disso, deixou de subsidiar tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais — o que, inicialmente, resultou em um aumento expressivo nos preços ao consumidor.

Consumo, emprego e pobreza

Milei tem argumentado que o país precisa reorganizar suas finanças, após anos de déficits que prejudicaram a reputação do país junto a investidores globais. A melhora das contas públicas têm ocorrido, no entanto, a custo de impactos como o aumento da pobreza e a piora no consumo.

De acordo com os dados do Indec, o consumo privado caiu 6,7% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o consumo público recuou 5%.

A suspensão de projetos de infraestrutura do Estado após os cortes de gastos de Milei levaram também a perdas de empregos em setores importantes, como o de construção.

A taxa de desemprego do país aumentou para 7,7% no primeiro trimestre, acima dos 5,7% no final do ano passado, segundo o Indec. Isso significou cerca de 300 mil novos desempregados desde o trimestre anterior.

As perdas no mercado de trabalho, a inflação acumulada em 276,4% e a intensificação da crise econômica no país já colocaram 41,7% dos 46,7 milhões dos argentinos abaixo da linha da pobreza, segundo dados do Indec.

Até o churrasco, uma das maiores tradições argentinas, perdeu espaço: em março, o consumo de carnes no país atingiu no menor nível em 30 anos, segundo a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da Argentina.

Na balança comercial, as importações do país caíram 20,1% no primeiro trimestre, enquanto as exportações aumentaram 26,1%.

* Com informações da agência de notícias Reuters

G1

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/24/pib-argentina.ghtml