O Diretor de Relações Internacionais da NCST e Presidente da NCST/PR – Denílson Pestana da Costa, participa da 111ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho em Genebra da Suíça, o evento que ocorre até o dia 16 de junho, teve sua abertura marcada pelas palavras impactantes de Gilbert Houngbo, Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O discurso de Houngbo ressoou entre os presentes, enquanto ele defendia apaixonadamente a integração da agenda social em todas as políticas e ações internacionais, regionais e nacionais.
O evento, realizado sob o tema “Justiça Social para Todos”, destacou as mudanças e desafios globais enfrentados pelo mundo do trabalho. A quarta revolução industrial, as mudanças demográficas e a necessidade urgente de práticas econômicas sustentáveis foram reconhecidas como oportunidades transformadoras para um futuro melhor. No entanto, o Diretor-Geral não evitou abordar a dura realidade de que muitas pessoas ainda lidam com dificuldades e desigualdades.
De particular preocupação para Houngbo foram os 4 bilhões de pessoas sem proteção social e os 214 milhões de trabalhadores que ganham abaixo da linha da pobreza. Ele também chamou a atenção para o fechamento de numerosas micro e pequenas empresas, que são importantes geradoras de emprego. Além disso, a persistente disparidade salarial entre homens e mulheres foi apontada como um problema urgente, com as mulheres ganhando, em média, 20% a menos que seus colegas masculinos.
Para enfrentar esses desafios, é crucial estabelecer a justiça social como base da recuperação global e garantir um futuro centrado na humanidade. Por isso, o Diretor-Geral propôs o estabelecimento de uma Coalizão Global pela Justiça Social, com o objetivo de unir diversos órgãos internacionais e partes interessadas. Essa coalizão tem como objetivo equilibrar considerações ambientais, econômicas e sociais em discussões globais, incluindo a reforma da arquitetura financeira internacional, além de defender a coerência das políticas, o investimento em proteção social e trabalho decente.
A proposta recebeu amplo apoio, uma vez que os participantes reconheceram a necessidade de integrar de forma efetiva as questões sociais em todas as políticas e ações. Foi destacado que soluções holísticas e abordagens colaborativas, envolvendo todos os setores da sociedade, são imperativas para avançar em direção a um mundo do trabalho mais justo e sustentável.
Durante esta conferência, os participantes terão a oportunidade de abordar uma ampla gama de questões de longo prazo relacionadas ao trabalho. Serão discutidas definições de padrões para aprendizagem de qualidade, o objetivo estratégico da proteção social, a transição justa para economias e sociedades ambientalmente sustentáveis, bem como questões relacionadas à igualdade de gênero no trabalho.
Com a presença de Chefes de Estado e de Governo, representantes das Nações Unidas e de outras organizações internacionais, além de organizações de empregadores e trabalhadores, a Conferência Internacional do Trabalho oferece uma plataforma vital para a troca de ideias, compartilhamento de boas práticas e fortalecimento da colaboração global.
No entanto, é importante lembrar que alcançar o consenso tripartite é essencial para obter resultados justos e equitativos. A diversidade de opiniões e perspectivas pode ser superada com boa vontade e um espírito de consenso, baseado no respeito por todos os envolvidos. Essa diversidade enriquece nossas discussões e nos desafia a buscar soluções inclusivas e sustentáveis.
À medida que a conferência avança nas próximas semanas, não devemos perder de vista os desafios reais enfrentados pelos trabalhadores, empregadores e governos em suas vidas diárias. Nosso objetivo é alcançar transições justas para um futuro pacífico e próspero, e isso só será possível por meio da cooperação, diálogo e ação coletiva.