NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta quarta-feira (24) o processo solicitado em representação da bancada do Novo contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) em decorrência do conflito protagonizado por ele com um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) no último dia 16. Dentre os três nomes sorteados para assumir a relatoria da ação, dois são de membros do PL.

Processos no conselho funcionam a partir da votação de um parecer emitido pelo relator defendendo o arquivamento da ação ou a cassação do parlamentar. Os relatores são escolhidos em uma lista tríplice, estabelecida mediante sorteio de deputados que não fazem parte nem do partido do réu e nem do partido que protocolou a representação. Montada a lista, cabe ao presidente do colegiado escolher um dos três para assumir a relatoria.

Para assumir a representação contra Glauber Braga, foram sorteados os deputados Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Rosângela Reis (PL-MG) e Sidney Leite (PSD-AM). O PL, sigla dos dois primeiros nomes, é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e a bancada que mais rivaliza diretamente com a do Psol. O PSD, por outro lado, é um partido da base do governo e não possui atrito direto com a legenda do acusado.

Dentre os dois nomes escolhidos do PL, Gilberto Silva é o que pode representar maior perigo para o psolista. Vice-líder da oposição, o deputado é aliado próximo de Jair Bolsonaro e quadro ideológico de todas as frentes parlamentares contrárias às pautas defendidas por Glauber Braga. Rosângela Reis tem perfil discreto, e é um dos poucos quadros do partido a votar majoritariamente com o governo.

A possibilidade de ver seu processo nas mãos de rivais preocupou Glauber Braga, que se pronunciou a respeito no Conselho. No seu entendimento, há um impedimento regimental para a relatoria por membros do PL. “Houve uma declaração pública por parte do PL de que entrariam com uma representação pedindo a cassação do [meu] mandato. Isso foi feito pelas suas principais lideranças. Houve um acordo entre o PL e o Novo para que o Novo entrasse com uma representação e os deputados do PL pudessem ser escolhidos como eventuais relatores. Eles são parte interessada na perseguição e cassação de nosso mandato”, afirmou.

O presidente do conselho, Leur Lomanto Júnior (União-BA), respondeu que não pode basear sua condução com base em declarações à imprensa. Braga respondeu anunciando que apresentaria um recurso formal contra a inclusão dos parlamentares do PL na lista tríplice.

Relembre o caso

No último dia 16, Glauber Braga foi filmado na entrada do Anexo II da Câmara dos Deputados, onde ficam localizadas as comissões, expulsando a empurrões e chutes o influenciador digital Gabriel Costenaro, membro do MBL filiado ao Novo. Glauber o acusa de ter tentado ameaçar e intimidar assessores parlamentares e militantes do Psol. O coordenador e fundador do movimento, deputado Kim Kataguiri (União-SP), se pronunciou em defesa de Costenaro, e a bancada do Novo apresentou a ação pedindo a cassação do parlamentar.

AUTORIA

Lucas Neiva

LUCAS NEIVA Repórter. Jornalista formado pelo UniCeub, foi repórter da edição impressa do Jornal de Brasília, onde atuou na editoria de Cidades.

CONGRESSO EM FOCO