NOVA CENTRAL SINDICAL
DE TRABALHADORES
DO ESTADO DO PARANÁ

UNICIDADE
DESENVOLVIMENTO
JUSTIÇA SOCIAL

Levantamento mostra que deputados e senadores exploram pouco as ferramentas digitais e falham na interatividade com os eleitores. Veja também quais deles se destacam no uso da rede

 POR EDSON SARDINHA

As ferramentas sociais, usadas cada vez por mais pessoas, têm imenso potencial eleitoral, mas boa parte dos políticos ainda não atentou para isso

A maioria dos parlamentares ainda não despertou para a era digital. Levantamento divulgado pela agência Medialogue, especializada em pesquisa de mídia, mostra que os deputados federais e os senadores ainda patinam no uso das ferramentas da internet e pouco exploram a interatividade. Em outras palavras, dão pouca bola para o eleitor na rede mundial de computadores.

Alguns números apontados pela agência apontam para esse cenário: 55% dos senadores não publicam projetos e propostas em seu site; só 23% deles atualizam seus blogs regularmente; 22% dos sites dos parlamentares não têm sequer formulário para o eleitor entrar em contato; 70% dos deputados não publicam sua agenda de compromissos, e somente 3% dos deputados federais informam gastos pessoais em suas próprias páginas.

Ao todo, 15% dos senadores e 24% dos deputados não têm sequer página na internet. De acordo com a pesquisa, pouco mais da metade dos deputados (51%) respondem no Twitter. No Senado, o índice de resposta é ainda inferior (43%).

“É comum encontrar no ar sites de campanhas eleitorais antigas e nada mais de novo sobre o político eleito. Os recursos digitais são usados como eram usadas antes as faixas, os santinhos e os programas de TV: apenas para ‘pedir’, sem dar chance para o eleitor falar”, avaliou o diretor da agência e coordenador da pesquisa, Alexandre Secco.

Clique aqui para ver o estudo

Para ele, isso mostra que a maioria dos parlamentares que usam a internet como ferramenta de comunicação com o eleitor ainda está preso à chamada “velha internet”, caracterizada como via de mão única, em que não havia diálogo. “O termo ‘internet 2.0″ é usado para descrever os novos canais surgidos em meados dos anos 2000 que permitiam uma interação verdadeira, como ocorre hoje em canais sociais como o Facebook e o Twitter. No Facebook, quem fala também precisa ouvir. Para ser um político 2.0 não basta ter um site. É preciso interagir”, observou Secco.

Um exemplo de como essa interatividade ainda é tímida ficou evidenciado num teste feito pelos pesquisadores. Foram encaminhadas mensagens eletrônicas aos congressistas com perguntas sobre o trabalho do parlamentar na internet, como gastos de gabinete, agenda oficial e endereços de contato. Apenas 14% dos 81 senadores deram alguma satisfação. Dos 513 deputados, somente 24% responderam.

O estudo ressalta, porém, que há uma nova geração de políticos que tem sabido explorar as novas ferramentas de comunicação do mundo digital. Alguns jovens, e outros já bastante experientes.

A pesquisa destacou 16 deputados e oito senadores que, de acordo com uma série de critérios, fazem uso dos recursos digitais de maneira mais eficiente. São eles os senadores: Aloysio Nunes (PSDB-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR), Cristovam Buarque (PDT-DF), Eduardo Braga (PMBD-AM), Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ), Marta Suplicy (PT-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

A lista dos deputados reúne: Alessandro Molon (PT-RJ), Aline Corrêa (PP-SP), Anthony Garotinho (PR-RJ), César Colnago (PSDB-ES), Penna (PV-SP), Dimas Ramalho (PPS-SP), Dr. Aluizio (PVRJ), Gabriel Chalita (PMDB-SP), Ivan Valente (Psol-SP), José Nunes (DEM-BA), Manuela (PCdoB-RS), Mara Gabrili (PSDB-SP), Mendonça Prado (DEM-SE), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Roberto Freire (PPS-SP) e Romário (PSB-RJ).

O levantamento “Político 2.0 – Deputados e Senadores” foi realizado entre os dias 27 de junho e 9 de setembro de 2011. Segundo os pesquisadores, 70 mil indicadores foram classificados e analisados.