por NCSTPR | 15/04/24 | Ultimas Notícias
REFLEXÕES TRABALHISTAS
O objetivo deste breve artigo é ressaltar o “Abril Verde” como iniciativa do programa Trabalho Seguro, por meio do qual a Justiça do Trabalho visa conscientizar a todos sobre a importância da segurança e da saúde nos ambientes laborais.
Por conta dessa iniciativa, durante este mês de abril a sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) será iluminada de verde, como parte das ações de campanha, buscando aumentar a visibilidade da importância do engajamento de toda a sociedade em medidas para prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, mostrando a urgência de se ter ambientes laborais seguros e saudáveis para, assim, proteger a saúde dos trabalhadores.
Meio de vida, e não meio de morte
O “Abril Verde” destaca duas datas importantes: o Dia Mundial da Saúde (7 de abril) e o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (28 de abril), chamando a atenção para a necessidade de proteção da saúde e segurança dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Dados do SmartLab (Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho) revelaram que, somente em 2022, foram notificados 612.920 acidentes de trabalho no Brasil, com 2.538 mortes. É necessário ressaltar, como o fez o ministro do TST Alberto Balazeiro, coordenador nacional do Programa Trabalho Seguro, que esses números abrangem tão-somente a população com vínculo de emprego regular.
Sabe-se que temos um grande número de trabalhadores informais, que também sofrem acidentes de trabalho e ficam doentes e não entram nessa estatística.
Se ainda não temos uma cultura arraigada sobre a proteção da saúde dos trabalhadores com vínculo de emprego, porque muitos tomadores de serviços não dão a devida importância para a prevenção dos riscos ambientais laborais, imagine-se a situação dos informais, que na grande maioria são submetidos a trabalhos precarizados, que não interessam para a sociedade, mas apenas para pequena parcela daqueles que ainda mantêm a cultura de pouco fazer e lucrar cada vez mais.
Como disse o presidente do TST, ministro Lélio Bentes Corrêa, “o trabalho deve ser meio de vida e não meio de morte. Um trabalhador, uma trabalhadora quando sai todos os dias para ganhar o sustento próprio, dos seus cônjuges e filhos, o faz na expectativa de regressar à casa, e é assim que deve ser”, explicou o magistrado.
Por isso, os empregadores devem observar os padrões de segurança, porque “não é admissível, não é razoável que cidadãos e cidadãs brasileiras percam a sua capacidade de trabalho em acidentes perfeitamente evitáveis. Percam as suas vidas pela falta de atenção e cuidado com os padrões de segurança exigidos pela legislação brasileira”, disse Lélio Bentes Corrêa.
Impactos da informalidade na saúde e segurança do trabalho
O Programa Trabalho Seguro foi criado em 2012 pelo TST e pelo CSJT, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da cultura da prevenção no nosso país.
É uma pena que outras esferas de Poder, especialmente o Poder Executivo, não adotem também tal iniciativa, uma vez que as consequências dos acidentes e das doenças do trabalho (humanas, sociais e econômico-financeiras) atingem a todos e, no final, quem paga a conta das mazelas sociais é a sociedade.
Por isso, realmente é necessário estabelecer metas para reduzir o número de acidentes de trabalho no Brasil; é urgente.
Dentro da iniciativa do Abril Verde, o Tribunal Superior do Trabalho promoverá um seminário nos dias 23 e 24 de abril (“Seminário Democracia é inclusão: impactos da informalidade na saúde e segurança do trabalho”) nas suas dependências, em Brasília, estando com inscrições abertas no site da instituição (para aqueles que não puderem comparecer pessoalmente o seminário será transmitido ao vivo pelo canal do TST no YouTube).
por NCSTPR | 15/04/24 | Ultimas Notícias
PRECONCEITO NO TRABALHO
O empregador tem a obrigação de provar que há um motivo plausível para a demissão de um empregado portador de doença grave, do contrário presume-se que a dispensa é discriminatória. Com base nessa jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, a 3ª Turma da corte condenou uma transportadora do estado do Paraná a indenizar um motorista dispensado durante tratamento de câncer.
Admitido em junho de 2013, o motorista passou por duas cirurgias no ano de 2017. Na primeira, retirou um câncer no rim e, quatro meses depois, passou por outra cirurgia para tirar outro câncer no músculo da coluna. Ele retornou ao trabalho e continuou o tratamento, mas foi demitido em maio de 2019.
Na reclamação trabalhista, ele disse não ter dúvidas de que sua dispensa foi discriminatória, por ter ocorrido após a empresa tomar ciência dos seus problemas de saúde e avisar que precisaria se afastar pelo INSS. Na visão do trabalhador, a conduta da empresa foi abusiva ao despedi-lo em um momento em que estava com a saúde debilitada.
Em contestação, a empresa sustentou que reduziu seu quadro funcional, fechando duas linhas e dispensando, além do motorista, mais três empregados. A ré afirmou ainda que não tinha ciência da doença ao demiti-lo.
Sem prova da discriminação
Para a 3ª Vara do Trabalho de Cascavel (PR) e o Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), a discriminação não ficou comprovada. Para o TRT, o câncer não gera estigma ou preconceito, não causa hostilidade, rejeição ou repugnância ao trabalhador. Além disso, não é uma doença infectocontagiosa, como o HIV.
Também segundo a decisão, o motorista deveria ter comprovado suas alegações. “Não era ônus da empresa comprovar a existência de uma causa efetiva que a tenha levado a encerrar o contrato de trabalho do motorista, mas, sim, do empregado comprovar, de forma cabal, que foi demitido por questões discriminatórias.”
No entanto, o ministro Alberto Balazeiro, relator do recurso, observou que, de acordo com a jurisprudência do TST (Súmula 443), é discriminatória a dispensa quando a doença causa estigma ou preconceito. Nessa circunstância, o trabalhador não tem o ônus de comprovar a discriminação. “O TRT errou ao não considerar a doença estigmatizante e errou ao atribuir o ônus da prova ao trabalhador.”
Responsabilidade do empregador
Ao afastar o ônus da prova do motorista, o ministro explicou que o empregador está em condições mais favoráveis de produzi-la. “É extremamente difícil ao empregado demonstrar a conduta discriminatória do empregador, sobretudo porque ela é discreta ou mascarada por outras motivações.”
Segundo o ministro, o empregador deve indicar algum motivo para a dispensa, o que não ocorreu nos autos. A seu ver, o fato de três colegas também terem sido dispensados na mesma época não é suficiente para demonstrar que não houve discriminação.
Com a decisão, o caso deve retornar ao TRT-9 para que sejam examinados os pedidos do empregado de reintegração e indenização por danos morais. Com informações da assessoria de imprensa do TST.
Clique aqui para ler o acórdão
Processo: RR-1055-45.2019.5.09.0195
CONJUR
https://www.conjur.com.br/2024-abr-12/demissao-de-motorista-com-cancer-e-considerada-discriminatoria-pelo-tst/
por NCSTPR | 15/04/24 | Ultimas Notícias
OPINIÃO
A estabilidade dos membros das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas), desde o registro de sua candidatura até um ano após o término do mandato, está no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, assim:
“Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
II – fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;”
Na CLT a previsão consta do artigo 165:
“Art. 165 – Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Parágrafo único – Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. A primeira conclusão a que se chega da leitura dos trechos citados é que a estabilidade em questão restringe-se aos representantes dos empregados, quer dizer, ao empregado eleito pelos colegas para representá-los na Comissão. Os representantes escolhidos pela empresa não fazem jus à estabilidade.”
A hipótese de encerramento da empresa
As construções doutrinárias e a jurisprudência dos tribunais laborais [inclusive sumuladas], se consolidaram no sentido de que a estabilidade provisória do cipeiro não é ilimitada e não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da Cipa, que somente tem razão de ser quando em atividade da empresa. Assim, com a extinção do estabelecimento ou a supressão de suas atividades, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.
Dessa forma, ocorrendo a extinção total do estabelecimento ou o total encerramento das atividades da empresa, os empregados integrantes da Cipa poderão ser dispensados, sem que tal dispensa seja considerada como arbitrária.
Percebe-se que a garantia da estabilidade está relacionada diretamente à existência do estabelecimento. Cessadas as atividades do estabelecimento extinguir-se-á a garantia assegurada ao empregado cipeiro. É assim a jurisprudência dominante (exemplos: TST – RR 80079 – 5a T. – relator min. Rider Nogueira de Brito-DJU 28.11.2003, AIRR – 686-87.2010.5.03.0048, 3ª T. – relator min. Mauricio Godinho Delgado, DJU 26/03/2013; TRT-7ª Região – RO 948008220095070002 CE 0094800-8220095070002, relatora Maria Roseli Mendes Alencar, 1ª Turma, data de publicação: 10/02/2012 DEJT).
CNPJ ativo
Mas pode ser que a empresa não seja de imediato extinta. Quer dizer, ela pode encerrar suas atividades, mas, por alguma questão técnica, fiscal ou tributária, a baixa em todos os órgãos demandará um pouco mais de tempo, período em que o CNPJ permanecerá ativo.
Pensamos que tal situação configura, também, a extinção do estabelecimento, uma vez que a mera manutenção do CNPJ ativo por um espaço ainda que razoável de tempo é creditada a aspectos burocráticos que precisam ser resolvidos antes da efetiva baixa. O importante é que a real intenção de extinguir o estabelecimento possa ser comprovada.
Desse modo, embora considerando que o Direito é uma ciência social e não exata, o que faz com que não possamos dar garantia de resultados integralmente seguros, podemos dizer que, na hipótese de encerramento de atividades, ainda que o CNPJ permaneça ativo por algum tempo, os empregados que estejam gozando de estabilidade em virtude de eleição para a Cipa, não terão direito à reintegração ou indenização, se demitidos, ao mesmo tempo que os demais empregados.
Nossa conclusão, respeitando todas as opiniões contrárias, é que ao empregado com estabilidade decorrente de eleição para a Cipa — diferentemente dos demais colaboradores estáveis demitidos em decorrência da extinção da empresa — não são devidos os salários e demais vantagens até o fim da garantia de emprego.
por NCSTPR | 09/04/24 | Ultimas Notícias
LUCAS NEIVA
O secretário de relações institucionais do Planalto, Alexandre Padilha, se pronunciou nesta segunda-feira (8) em defesa da atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), diante da provocação levantada pelo empresário sul-africano Elon Musk, proprietário das companhias Tesla, SpaceX e Twitter. De acordo com o representante do governo, a ameaça deliberada de descumprir ordens judiciais atenta diretamente contra a soberania brasileira.
No último sábado, Elon Musk anunciou, em seu próprio perfil, que removeria as restrições às contas retidas por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das milícias digitais. Ele também acusou Moraes de promover a censura no país, ameaçou fechar a representação local da empresa e orientou usuários a, em caso de bloqueio da plataforma por ordem judicial, permanecerem acessando por rede virtual privada (VPN).
Padilha considerou “inadmissível” o que classificou como “um ataque ao ministro Alexandre de Moraes”, bem como ao STF e “ao conjunto daqueles que defendem a soberania do nosso país”. O secretário acrescentou a posição a favor de uma reação institucional conjunta dos três poderes da república. “A nossa soberania está sendo atacada, e nós vamos responder com mais soberania”, declarou.
Além de ressaltar a posição em apoio ao Judiciário, Alexandre Padilha cobrou a construção de “uma resposta política institucional que envolva o Congresso, o Executivo, a sociedade civil e avance no marco regulatório, tanto da inteligência oficial quanto do combate às fake news”. O governo é favorável à aprovação do Projeto de Lei 2630/2020, que prevê a regulamentação das plataformas de rede social.
A posição do secretário se soma à apresentada em nota pelo PT. Mais cedo, o partido também havia demonstrado solidariedade ao Supremo, bem como cobrado o avanço no debate sobre o PL 2630. “A ofensiva truculenta do dono do X é mais uma evidência de que as plataformas devem se submeter a uma regulamentação muito clara, como ocorre em outros países, para que deixem de servir à propagação de mentiras e campanhas de ódio”, argumentou a sigla.
LUCAS NEIVA Repórter. Jornalista formado pelo UniCeub, foi repórter da edição impressa do Jornal de Brasília, onde atuou na editoria de Cidades.
por NCSTPR | 09/04/24 | Ultimas Notícias
CONGRESSO EM FOCO
Com o atrito de Elon Musk com o Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vê como “inevitável” a regulamentação das redes sociais. Para Pacheco, as redes sociais se transformaram em um campo “completamente sem lei”.
“O Senado aprovou, em 2020, um projeto de regulamentação das plataformas digitais. Considero isso fundamental. Não é censura, não é limitação à liberdade de expressão”, disse Pacheco. “São regras para o uso dessas plataformas digitais, para que não haja captura de mentes, de forma indiscriminada, que possa manipular desinformação, disseminar ódio, violência, ataques a instituições”.
Pacheco disse ainda que o fato de o Judiciário precisar decidir sobre questões relacionadas a redes sociais leva a conflitos porque ainda não existe uma lei de regulamentação. É por isso, na visão do presidente do Senado, que alguns interpretam a ação como censura.
“É algo inevitável [regulamentar as redes sociais]”, disse o senador. “Esse conflito sempre haverá. As plataformas não acertam nem erram sempre. O Judiciário também não acerta sempre. Mas é mais fácil errar em um ambiente em que não se tem uma lei”.
O projeto de lei (PL) das Fake News, aprovado pelo Senado em 2020, está parado na Câmara dos Deputados. Sob relatoria de Orlando Silva (PCdoB-SP), o projeto tem dificuldades de avançar por ser alvo de interesse de parlamentares e das big techs.
A discussão voltou ao centro das atenções depois de Musk fazer publicações desafiando decisões do ministro Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No sábado (6), Musk anunciou que estava removendo todas as restrições das contas na X determinadas pelo Judiciário brasileiro. Ele foi incluído entre os investigados em um inquérito já em curso sobre milícias digitais. Moraes ordenou que a plataforma X não desrespeite nenhuma ordem da Justiça brasileira e estabeleceu uma multa de R$ 100 mil para cada perfil que ele reativasse irregularmente.
CONGRESSO EM FOCO
por NCSTPR | 09/04/24 | Ultimas Notícias
LUCAS NEIVA
A campanha promovida pelo empresário sul-africano Elon Musk contra as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando o bloqueio de perfis de alvos do inquérito das milícias digitais no Twitter pode surtir efeito sobre o comportamento de eleitores na disputa municipal de 2024. De acordo com especialistas, o atrito entre o bilionário e o Judiciário pode se converter em combustível para a mobilização do eleitorado de extrema-direita.
De acordo com o analista legislativo e doutor em filosofia André Sathler, há uma simpatia natural entre a extrema-direita brasileira e o discurso de Elon Musk. “Ele se posiciona contra o STF em defesa de uma espécie de liberdade de expressão irrestrita, que é uma das principais bandeiras adotadas pelos bolsonaristas”, esclareceu. Ao acusar Moraes de praticar a censura contra aliados de Jair Bolsonaro, Musk acaba mobilizando essa parcela de eleitores.
Para além da discussão sobre liberdade de expressão em si, Elon Musk ameaçou descumprir deliberadamente as decisões da justiça brasileira, tensionando a disputa em direção à possibilidade de um fechamento, mesmo que temporário, de sua plataforma no Brasil. “Se fechar o Twitter, no ponto de vista da liberdade de expressão, vai ter muita gente se queixando”, apontou. Uma decisão nesse sentido também comprometeria a própria credibilidade do inquérito das milícias digitais, que já é alvo de questionamentos de diversos atores políticos dada a sua longa duração.
Por outro lado, Sathler considera esse tensionamento arriscado para a própria extrema-direita diante da dependência desse grupo político na plataforma. “Apesar das diversas tentativas de se criar um canal de comunicação próprio, o Twitter nunca deixou de ser o ambiente de maior repercussão da extrema-direita. Se a situação evoluir ao ponto de um fechamento, mesmo que temporário da plataforma, a comunicação deles sai perdendo”, relembrou.
Independente do conflito resultar ou não no encerramento da plataforma, a campanha de Musk garantiu, intencionalmente ou não, o acirramento da polarização nas eleições municipais, o que também beneficia a extrema-direita. Breno Guimarães, sócio do escritório de relações governamentais Impetus, ressalta que a tendência para outubro é de uma disputa “extremamente nacionalizada” e atrelada “à emoção dos eleitores”, aumentando assim o impacto de discussões sobre temas caros à sociedade como a liberdade de expressão.
Interesse local
A comunicóloga Letícia Oliveira, especialista em monitoramento de grupos de extrema-direita, ressalta que os ataques de Musk acontecem em um momento de maior interesse de lideranças da extrema-direita fora do país em assuntos domésticos.
“Há um esforço para desestabilizar as instituições brasileiras para obstruir uma eventual condenação de Bolsonaro na justiça. As declarações de Elon Musk vieram após um esforço de figuras como Benjamin Netanyahu em descredibilizar o atual governo na discussão em torno da guerra na Palestina e até mesmo do governo húngaro ao abrigar o ex-presidente na embaixada”, apontou.
Ela acrescenta que ações do tipo tendem a se intensificar na medida em que se aproximam as eleições presidenciais nos Estados Unidos, onde o ex-presidente Donald Trump tenta consolidar e proteger seus principais aliados internacionais, incluindo potenciais candidatos em países da área de interesse dos Estados Unidos.
Regulamentação das redes
Além de alimentar pautas de interesse da extrema direita, o atrito entre Musk e Morais trouxe um novo fôlego à discussão ao redor do PL 2630/2020, conhecido como PL das Fake News, projeto apoiado pelo governo como proposta de regulamentação das redes sociais. Em entrevista à Globo News, o relator Orlando Silva (PCdoB-SP) chegou a anunciar que trataria do tema novamente com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para pautar o projeto em plenário.
O governo também intensificou as cobranças para que o texto seja votado, havendo manifestações tanto do líder da bancada na Câmara, José Guimarães (PT-CE), quanto do secretário de Relações Institucionais do Planalto, Alexandre Padilha, a respeito. A executiva nacional do PT também se pronunciou ressaltando a necessidade de se regulamentar as plataformas de rede social para evitar novos ataques à soberania por proprietários estrangeiros.
Apesar do reavivamento da discussão, o cientista político André Pereira César considera pouco provável que o projeto consiga ser aprovado em decorrência dos ataques de Elon Musk. “Sem dúvida, a conduta dele se transforma em um combustível para a argumentação em prol do projeto. Mas é importante afirmar que o governo ainda tem uma base pouco comprometida com questões sensíveis como essa, e até o momento, não houve manifestação dos partidos que formam essa base. Sem esse posicionamento, me parece pouco provável ver esse projeto aprovado no Congresso Nacional”, explicou.
AUTORIA
LUCAS NEIVA Repórter. Jornalista formado pelo UniCeub, foi repórter da edição impressa do Jornal de Brasília, onde atuou na editoria de Cidades.
CONGRESSO EM FOCO